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quinta-feira, outubro 26, 2006

Tesão de aprender

Tem coisas

que prefiro não saber

como fazer.

Se as sei,

faço-as superficialmente

automaticamente

sem pensar

em como fazer.

Se não as sei

faço-as indo ao fundo

de cabeça

para aprender a fazer

bem feito.

Aprender dá tesão.

domingo, outubro 08, 2006

O mito do atraso

Quem leu o caderno Mais, da Folha de São Paulo deste domingo, deparou com uma tabela, na página 3, listando as áreas do conhecimento nas quais cientistas brasileiros mais publicaram artigos em revistas internacionais indexadas, de 2001 a 2005. A lista em questão cita aquelas áreas em que nossos cientistas publicaram mais de cem artigos no período, com uma coluna que mostra também o número de citações desses artigos. Enquanto o primeiro dado mostra o percentual de publicações, o segundo mede o impacto dessas publicações no mundo científico.
Algumas curiosidades interessantes da lista, são:

a) entre as áreas em que mais publicamos estão Física, Agricultura, Matemática, Ecologia, Microbiologia, entre outras;

b) Agricultura encabeça a lista de mais publicações, mas é a Física que lidera o número de citações, o que indica que nossas publicações em Agricultura tem importância apenas local;

c) em áreas estratégicas para o desenvolvimento tecnológico como Ciência dos Materiais, Engenharia e Ciência da Computação não só publicamos aquém do que deveríamos para avançarmos, como também somos pouco citados, o que mostra o baixo impacto de nossa produção tecnológica no mundo;

d) em Psicologia e Psiquiatria nossa produção é pequena mas de qualidade, o que é demonstrado pela aproximação entre os índices de publicações e citações;

e) nossa produção científica em Ciências Sociais e Humanas é ridícula, o que pode demonstrar alto índice de subdesenvolvimento;

f) EDUCAÇÃO NÃO APARECE NA TABELA, pois não tivemos cem publicações em revistas internacionais indexadas nos últimos cinco anos, nessa área do conhecimento.

Dá o que pensar?

Apesar disso, comparando com China e Índia, dois países emergentes como o Brasil, o artigo mostra que não estamos assim tão mal. Daí o título "mito do atraso".



quinta-feira, agosto 24, 2006

De Simone: sobre Tecnologia


Olá, Andréia e Leandra!!!

Em acordo com o que foi falado por Leandra, a tecnologia é visto pelos adolescentes (e acredito que também pelos jovens e adultos) como algo moderno, como todas as "coisas" (instrumentos) que foram produzidos pelo homem para facilitar a sua vida, minimizar as dificuldades diárias... A GRISPUN seria uma boa referência para tratar a tecnologia de forma diferenciada e para questionar o que está sendo posto pelos alunos...

Como estou trabalhando Concepções Alternativas com os meus alunos do 2º período de Ciências Biológicas, seu artigo seria interessante para discutir esse tema e também ampliar o conceito de Tecnologia...

Abraços, Simone.

De Leandra Para Andréia: sobre tecnologia



Andréia,

As respostas dos alunos está muito próxima do discurso que nós, companheiros da educação tecnológica, viemos tentando nos libertar: a tendência em associar a tecnologia com coisas. Quem aí já consegue falar de tecnologia sem se referir ao computador, celular, etc? Até que tentamos, mas...

Embora com palavras diferentes, a maioria das respostas dos alunos indicam produtos "é o que facilita a vida, meios de comunicação, o que funciona à base de energia". Como o meu grupo escreveu no trabalho da disciplina passada, é desta maneira que a maioria das pessoas conhece a tecnologia, concretizada no seu produto isolado. Tal percepção também foi muito forte na voz dos docentes das séries iniciais. Bom, mas fiquei surpresa com a desenvoltura dos alunos e penso ser possível fazer um caminho inverso com essa juventude, partindo do conceito que já possuem ao que pode ser, a fim de possibilitar que eles compreendam a profundidade do conceito um pouco mais cedo que a gente e a educação tecnológica pode ser um dos caminhos. Imagino também que diante da diversidade de respostas deve estar sendo difícil categorizá-las. E quanto à relação que você fez sobre História ser coisa do passado para os alunos lembre-se: pra essa moçada passado é o que aconteceu "dez minutos antes". Mais do que isso já é antigo - pior do que o que passou, é o que nem existe mais! Desculpe amiga, eles não colocariam a tecnologia nesta última categoria! Acho que quando você aplicou o questionário eles pensaram que estavam em uma aula diferente, mais "moderninha", entende? (hihihihihihihi). Abração,

Leandra

quarta-feira, agosto 23, 2006

Conceito de Tecnologia

Contribuição de Denise Eler

O conceito de Tecnologia só adquiriu importância a partir do começo do século XVIII. Neste período teve início a primeira Revolução Industrial, na qual se deram relevantes transformações a todos níveis no trabalho industrial. No entanto a discussão sobre Tecnologia veio a público somente após a 1ª Guerra Mundial, ainda que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) tenha sido, curiosamente, fundado anteriormente em 1962. Etimologicamente a palavra Tecnologia é a conjunção dos termos tecn(o) e lógia, cuja origem provém da Grécia antiga. O termo tecn(o) surge do grego techno, de techne (técnica), expressando a idéia de arte ou habilidade. No entanto a partir do século XIX, na linguagem erudita surgiu o termo lógia que deriva do grego log(o), significando palavra, estudo, tratamento ou conhecimento. A primeira utilização do termo Tecnologia data de 1777 como título de um livro escrito pelo filósofo alemão Johann Beckmann. Este filósofo defendia que a Tecnologia envolve a razão, ou seja, uma forma particular de Conhecimento. Na língua Portuguesa a palavra Tecnologia é definida como o estudo especializado sobre os procedimentos, instrumentos e objetos próprios de qualquer arte, ofício ou técnica. Aristóteles, na sua obra Retórica, define técnica como um tratamento sistemático da gramática ou fala. Já o sociólogo contemporâneo, Robert Merton, define técnica como um conjunto qualquer de meios padrões para atingir um resultado predeterminado. Martin Heidegger, filósofo existencialista, considerou a existência de uma relação entre a tecnologia e a arte, na qual ambas eram eventos verdadeiros que permitiam aos entes existirem. O mesmo argumentava que a palavra grega techne tinha um significado ambivalente. A palavra techne pode ser interpretada através do termo melete, que expressa o cuidado necessário para preservar alguma “coisa”. Por outro lado, techne pode ser analisada de acordo com a palavra poiesis, que significa a produção ou a apresentação de alguma “coisa”. Estas características da palavra techne compreendem um conhecimento íntimo do que são, como Heidegger refere, as “coisas”. Este conclui que a especialização na execução de uma determinada “coisa” só é possível, porque o artesão é dotado da techne de forma a poder desvendar ou proteger a criação dessa mesma “coisa”. Para concluir este assunto, convém denotar as diferenças existentes entre os conceitos técnica e tecnologia. Enquanto para o escritor Eduard von Mayer, a técnica é o resultado da actividade humana, na obra “Confronto de Heidegger com a Modernidade“, as ferramentas, as fábricas e todos os novos sistemas sociais pertencem à Tecnologia. Os Conceitos de Engenharia, Tecnologia, Conhecimento e Capital - Análise e reconstrução Ivo Santarém, Paulo Teixeira http://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&lr=&q=cache:kEq47fSNfyUJ:alfa.ist.utl.pt/~cel/RelFinTFC440-ConceitCTCa.pdf

Pesquisa de Andréia Assis




Coloco aqui a pesquisa de Andréia Assis sobre o conceito de Tecnologia de seus alunos da 6ª série de uma escola pública da Rede Municipal de Belo Horizonte. OPINIÃO ABERTA A TODOS.


"Pessoal, após comentários feitos por Cláudia França, sobre a percepção dos visitantes dos museus sobre o conceito de tecnologia percebi que nunca tinha perguntado aos meus alunos se eles sabiam o que era tecnologia. Isso me fez aplicar um questionário a 150 alunos da 6ª série de uma escola da RME/BH com o objetivo de conhecer o conceito de tecnologia mantido por eles. A análise dos questionários virou um artigo (ainda em desenvolvimento). Gostaria de compartilhar alguns dados interessantes e quem sabe trocar algumas idéias. 67,5% dos alunos acreditam que tecnologia refere-se a todos os aparelhos eletrônicos; dando como exemplos DVD, celular, TV, etc; 21% acreditam que a tecnologia está relacionada a todo tipo de evolução; 22,5% acreditam que tecnologia é tudo que facilita a vida das pessoas; 18% dos alunos acreditam que a tecnologia são todas as coisas modernas e/ou avançadas; 12% dos alunos acreditam que a tecnologia é tudo que funciona a base de energia elétrica; 6% dos alunos acreditam que a tecnologia é todos os meios de comunicação; 4,5% trataram tecnologia como uma ciência; 4,5% acreditam que tecnologia envolve o desenvolvimento das pessoas. Em apenas uma 1 resposta a tecnologia foi vista como recurso utilizado no ensino. Apesar do questionário ter sido aplicado na aula de História (considerada por eles como uma 'matéria' que estuda só o passado) não houve em nenhuma das 150 respostas, nenhum exemplo de tecnologia que antecedesse o final do século XX. Algumas respostas interessantes: “Tecnologia é a mudança de um estágio de evolução para outro”. “Tecnologia é um meio mais fácil para realizar algo sem precisar de usar força física”. “Tecnologia é o avanço da imaginação do ser humano para por em prática na vida real, seus experimentos”. “Um exemplo de tecnologia são todos os produtos que chegam nas lojas que tem um preço mais acima dos outros produtos”. O quê vcs acharam?"

segunda-feira, agosto 21, 2006

Pneus, tecnologia e sociedade


Em reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio), em Genebra entre os dias 05 e 07 de julho, a União Européia impugnou, perante a OMC, a proibição do governo brasileiro de importação de pneus recauchutados por empresas brasileiras. Se a OMC aceita a impugnação seremos obrigados a comprar pneus recauchutados de países da União Européia. Isto seria um tremendo retrocesso nas questões de política de meio ambiente em nosso país. Os pneus recauchutados não duram muito (em caminhões que rodam constantemente não duram três meses), não podem ser queimados, não são reutilisados e não são mais aproveitados em absolutamente nada. Não acham que os países europeus estão nos obrigando a ser depósito de lixo dos pneus deles? Opinem.

terça-feira, agosto 15, 2006

Ratazanas fertilizadas com espermas congelados


Em notícia na página de Ciência, a Folha de São Paulo noticia, em 15 de agosto de 2006, que pesquisadores japoneses conseguiram usar espermatozóides congelados (por mais de 15 anos) de camundongos para produzir filhotes.
Este fato de Ciência e Tecnologia abre a possibilidade, embora remota, de trazer à vida animais extintos, como o mamute, desde que se encontrem espermatozóides congelados desses animais.
As principais controvérsias em torno da questão são:
1º) A temperatura de congelamento dos animais seria suficiente para preservar seu DNA?
2º) Se forem encontrados óvulos e espermatozóides de animais da mesma espécie, congelados, o retorno à vida de animais extintos há muitos anos (milhares talvez) trariam que tipo de problema à ecobiodiversidade atual?
3º) Na ausência de óvulos, uma idéia a ser trabalhada pelos cientistas, segundo a publicação, seria fertilizar óvulos de parentes próximos dos animais (ferlitizar elefantes com espermas de mamutes, por exemplo), gerando animais híbridos entre passado e presente. Que conseqüências poderiam trazer para a ecobiodiversidade?

OPINEM.

sábado, julho 08, 2006

Sobre a notícia da Folha deste Sábado


Este fato noticiado pela Folha de São Paulo em 08 de julho de 2006, quais reflexões sobre educação, apropriação e cultura científica ele nos faz refletir? Que diferença existe entre Divulgação e Popularização das Ciências, Técnicas e Tecnologias, diferenças não consideradas pela cultura científica no Brasil? comentários, por favor!



Sociólogo banca o físico e ilude cientistas em pesquisa

REINALDO JOSÉ LOPES
da Folha de S.Paulo

Harry Collins jamais conseguiria resolver as equações da teoria da relatividade, e deixar nas mãos dele um detector de grávitons seria receita para o desastre. Mas o sociólogo conseguiu confundir a cabeça de um time de nove físicos. Desses, sete acharam que ele também era do seu ramo e descartaram como impostor um físico de verdade, ao comparar as respostas dadas por ambos a uma série de questões cabeludas sobre ondas gravitacionais.

Em retrospecto, a missão de Collins, pesquisador da Universidade de Cardiff (País de Gales, Reino Unido), não parece tão impossível assim. Afinal, ele é sociólogo da ciência e há 30 anos estuda a comunidade de físicos de ondas gravitacionais. Mas, com sua divertida impostura, Collins considera ter demonstrado que não é preciso saber matemática avançada ou ter prática de laboratório para entender a fundo os conceitos de um ramo da ciência --coisa que muitos cientistas de verdade ainda negam.

Essa possibilidade foi um dos pomos da discórdia das chamadas "guerras da ciência", um debate que opôs cientistas a pesquisadores da área das humanidades na década passada. Os cientistas, na época, diziam que as críticas à maneira como a ciência funcionava feitas por filósofos e sociólogos eram disparatadas, em parte porque os estudiosos de humanidades não sabiam realizar experimentos nem tinham conhecimento matemático --e, portanto, não tinham como entender de fato a ciência.

Interativo

A tese de Collins era simples: um estranho no ninho da física de ondas gravitacionais, mesmo que não soubesse fazer as contas complicadas que a disciplina exige, seria capaz de adquirir a chamada "especialização interativa" --ou seja, o domínio dos conceitos por trás daquele ramo de pesquisa e a capacidade de interagir com pesquisadores e até dar sugestões ou fazer comentários.

Collins e seus colegas, o também britânico Rob Evans e o brasileiro Rodrigo Ribeiro, testaram a idéia pedindo a um físico de ondas gravitacionais que criasse um questionário com sete perguntas. As perguntas seriam mandadas para Collins e para um físico de verdade. Depois, as respostas da dupla foram passadas para outros especialistas da área, que teriam de adivinhar quem era a fraude.

Não funcionou: embora houvesse grande grau de incerteza nas respostas, a maioria dos físicos não conseguiu distinguir um do outro. "Os físicos não ficaram chateados com o resultado -pelo contrário, mostraram-se muito interessados", contou Collins à Folha.

"Qualquer ciência grande, no fundo, depende dessa especialização interativa", argumenta ele. "A física é dividida em muitas pequenas especialidades, então os físicos lidam o tempo todo com colegas que não têm conhecimento técnico detalhado de sua área, apenas uma compreensão conceitual."

O trabalho pode ter implicações, por exemplo, para a avaliação de artigos científicos para publicação (a chamada revisão por pares), ou mesmo para a alocação de verbas. Afinal, pesquisadores de áreas diferentes podem ser tão competentes para julgar o mérito de um estudo ou projeto quando especialistas no ramo.

Alan Sokal, físico da Universidade de Nova York e um dos protagonistas das "guerras da ciência", não parece ter se convencido com o experimento de Collins. Sokal ficou famoso ao forjar um artigo "científico" e enganar os editores do periódico de humanidades "Social Text", que o publicaram -na verdade, o texto era uma paródia dos artigos estapafúrdios escritos por filósofos, usando conceitos da física quântica sem o menor nexo.

Ouvido pela revista científica "Nature", que revelou o caso de Collins, Sokal se disse impressionado, mas ressaltou que o conhecimento do sociólogo não é suficiente para entender a fundo como fatores externos influenciam a ciência. "Se esse é o seu objetivo, você precisa de um conhecimento da área que seja virtualmente, se não totalmente, do mesmo nível que o de um pesquisador", afirmou.

"A posição de Sokal é ridícula. É perfeita para produzir aqueles relatos auto-elogiosos que os generais vitoriosos adoram", rebate Collins. As guerras, pelo visto, continuam.

quarta-feira, julho 05, 2006

Mostra Interativa de Ciências

Mostra Interativa de Ciências

Venha conhecer as leis da natureza e a magia da ciência.
De 12 a 16 e de 18 a 23/julho, de 14 às 19 horas
Palácio das Artes (Belo Horizonte) - Galeria Genesco Murta.
Promoção: Circuito Cultural do Banco do Brasil.
Realização: Parque da Ciência da Universidade Federal de Viçosa

Em todo o mundo e também no Brasil, os Centros e Museus interativos de Ciências vêm se tornando interessantes espaços que unem entretenimento e lazer cultural à divulgação da ciência e da tecnologia para o grande público, além de enriquecer e complementar o ensino formal de ciências. Os museus interativos de ciências apresentam características que favorecem uma grande variedade e intensidade de interações sociais, estimulando a curiosidade e facilitando a aprendizagem.
Em Minas Gerais, dentre outras iniciativas, destaca-se o Parque da Ciência de Viçosa, que recebe anualmente cerca de 10 mil visitantes e cuja proposta vem se expandindo para outras cidades do Estado. O Parque da Ciência de Ipatinga, inaugurado em 2000 e que tem recebido cerca de 20 mil visitantes por ano, é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Ipatinga e a UFV, que desenvolveu o seu acervo inicial. No final de 2005, o projeto chegou a Ouro Preto, com o "Setor de Ciência Interativa" do tradicional Museu de Ciência e Técnica da centenária Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, que recebe mais de 50 mil visitantes anualmente. O novo Setor de Ciência Interativa já dispõe de 30 experimentos desenvolvidos em Viçosa.
O projeto tem como objetivos:
1) Oferecer e celebrar fenômenos simples, de forma contextualizada, para que os visitantes descubram e se inspirem, identificando aprendizagem com divertimento.
2) Oferecer objetos para experiências sensoriais diretas que propiciem o conhecimento não verbal e desafiem no visitante habilidades e capacidades de pensamento.
3) Despertar a curiosidade e a confiança, propiciando tentativas bem sucedidas de exploração e apropriação do mundo.
Seguindo tendência de numerosos espaços culturais europeus, que se abrem para a ciência percebida como cultura, nesta Mostra patrocinada pelo Circuito Cultural do Banco do Brasil, foram selecionadas cerca de 30 experimentos interativos. Alguns monitores estarão no local facilitando a interação entre o público e os experimentos.

segunda-feira, junho 26, 2006

Defesa de dissertação de André Luiz Parreira

Caros alunos de ECCT e demais interessados,
Nesta sexta-feira, 30 de junho, teremos a defesa da dissertação de mestrado de meu orientando André Luiz Parreira, à 09:30 no auditório do Campus II. Como coincide com o horário de nossa aula de ECCT, convido a todos os alunos da disciplina e demais interessados a assistirem a defesa. O título da dissertação é O Programa de Desenvolvimento Profissional da SEE-MG e as Interações entre Professores e Novas Tecnologias: Um Estudo de Caso em uma Escola Referência de São João del Rei. Entre os temas debatidos pelo André encontram-se: cultura tecnológica, cultura de informática, desenvolvimento profissional e letramento digital. Interessam, portanto, a muitos de nós. A banca de avaliação é constituída pelos Professores Doutores Murilo Cruz Leal (UFSJ), Arthur Eugênio Quintão Gomes (UFMG e Educativa), Dácio Guimarães de Moura (CEFET-MG) e Paulo Cezar Santos Ventura (orientador - CEFETMG).

sexta-feira, maio 19, 2006

Educação Científica na Harvard

Segundo Alaor Chaves (professor de Física da UFMG), em artigo intitulado "Educação para a Ciência e a Tecnologia" (publicado em WERTHEIN e CUNHA, Educação Científica e Desenvolvimento: o que pensam os cientistas), para a Universidade de Harvard, a resposta para a questão: "o que significa ser uma pessoa educada no século XXI" seria uma pessoa capaz de compreender o espírito de um artigo da Science ou Nature, revistas equivalente à nossa Ciência Hoje. Vocês concordam com isso?

terça-feira, maio 02, 2006

Mais sobre alfabetização tecnológica

André Luiz Parreira (mestrando em ET com dissertação quase pronta), baseando-se na conceituação tradicional de alfabetização (vide Magda Soares), propões um sentido para o termo alfabetização tecnológica: seria a arte de ensinar/aprender os primeiros passos na utilização das tecnologias. Neste sentido elucida uma série de procedimentos necessários aos usuários de um computador, um vídeo-game, um terminal bancário eletrônico ou simplesmente um controle remoto. São saberes indispensáveis para uma iniciaçõa nas NTIC: ligar/desligar, habilidade de manuseio de um "mouse", início de um programa, utilização de um navegador de internet, etc. Observem que a proposição de André parece estar casando com o texto que apresento aí em baixo e associa apropriação a alfabetização (mais individual) e aculturação a letramento (mais social). Temos o que discutir, galera.

terça-feira, abril 25, 2006

Alfabetização e letramento tecnológico em debate

Certas operações que realizamos, como fazer contas e escrever, são processos naturais que vêm com a repetição e com a evolução cognitiva, e essa repetição e memorização pode vir tanto decorando uma tabuada ou usando uma calculadora, no caso de fazer contas. Historicamente sempre fizemos isso. Alguns anos atrás eu não conseguia escrever diretamente na tela do computador, escrevia a mão primeiro e depois transcrevia para a tela. Hoje eu quase não escrevo a lápis ou caneta, objetos usados apenas para anotações. Fiz faculdade nos anos 1970 e usávamos réguas de cálculo, calculadoras Facit (ainda existem alguns exemplares em uso em velhas lojas de auto-peças na Av. Pedro II), e cartões perfurados em Fortran. Não existe tecnologia natural, elas são todas artificiais, mas vão se "naturalizando" à medida que aculturamos o processo e nos apropriamos da tecnologia. Foi assim com o automóvel, cuja indústria foi implantada no Brasil por JK, final dos anos 1950, início dos anos 1960. Ainda me lembro da dificuldade de circulação de automóveis, principalmente em cidades pequenas, porque a população ainda pensava em carroças e se assustava com esses engenhos. Acho que existem dois processos diferentes: um de apropriação da tecnologia ou alfabetização tecnológica (difusão de uso das mesmas) e outro de aculturação do cidadão às tecnologias ou letramento tecnológico, que seria esse processo de "naturalização". Nesse sentido, o celular, por exemplo, se encontra no primeiro processo (de apropriação ou alfabetização), ainda não chegou ao segundo (de aculturação ou letramento). Todos esses processos esbarram, evidentemente, na educação. Recentemente os caixas 24 horas pediam, após a senha, que o cidadão digitasse seu ano de nascimento com quatro dígitos. Vimos muita gente com olhar perdido frente a máquina, pois não sabia o significado da palavra "dígitos". Claro que o procedimento foi trocado devido absoluta falta de educação do usuário. Qualquer programa de popularização de ciência e tecnologia (o cidadão comum não se interessa muito por ciência -veja Bruno Latour - mas se intereressa enormemente por tecnologia) deve passar obrigatoriamente pela educação, escolaridade, essas coisas que os governos são obrigados a fornecer ao cidadão, mas não cumprem adequadamente. É aí que o bicho pega e o buraco é mais em baixo (ou mais em cima, já nem sei mais).

segunda-feira, abril 24, 2006

Recomendações aos alunos

Nesta sexta-feira próxima, 28 de abril, eu não poderei estar presente à aula em razão de viagem por questões de trabalho. Fica adiada, então a apresentação dos temas dos grupos (leitura e apresentação de bibliografias) para a próxima sexta-feira. Faremos uma inversão em nossa pauta e, nesta sexta, os grupos poderão adiantar seus trabalhos de campo. Além disso quero acrescentar os seguintes comentários:
1 - todos os blogs estão prontos e cada um mais bonito que o outro, mas... é preciso fazer com que eles cumpram suas funções: a de webfólio. Neles devem ficar registradas as atividades semanais dos grupos, na visão de cada um de seus componentes. Lembrem-se da proposta de portifólio que os alunos da disciplina do semestre anterior fizeram? (os novos alunos procurem-na com os antigos). Pois, seria daquele formato mais ou menos. Podem começar com uma síntese dos projetos, como foi feito pelo grupo Educação Tecnológica (http://educacao-tecnologica.blogspot.com). As leituras, resenhas de livros, artigos, dissertações e teses, dicas de sítios web, etc. tudo isso pode ser colocado no blogfólio. E semanalmente visitem os blogs uns dos outros e apresentem comentários. É essa a função deles. Os links estão aqui do lado.
2 - Não se esqueçam da webquest preparada pelo Itaboray. O que a webquest solicita a mais do que eu já tinha colocado como tarefas é a confecção dos mapas conceituais. Mas para aqueles que realizarem corretamente a tarefa colocada pelo professor da disciplina (eu), fazer mais isto não será nada. Quem não sabe fazer mapas conceituais pode aprender com quem sabe na própria turma (Márcia, Cláudia, Rodrigo, Simone, Renata, Amanda, etc., creio que essas pessoas sabem). Ou prepararemos uma aula sobre o assunto.
3 - Uma das coisas q
ue pretendo fazer nesse espaço são comentários online dos trabalhos dos diversos grupos. Para isso os demais blogs precisam estar atualizados. E podem deixar aqui comentários seus também. Esse blog existe para isso, ser um espaço aberto de discussões em torno da disciplina e de seus temas. Enviei correspondência aos professores do mestrado, passei os endereço dos diversos bolgs a eles, solicitei intervencões e disponibilidade para atendê-los caso queiram entrevistá-los. Aos demais visitantes, contribuições são aceitas. Prof. Paulo Ventura

quarta-feira, abril 19, 2006

Tecnologia é computador?

Muitas pessoas confundem tecnologia com computador. Isso é uma questão comumente feita aos alunos do mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG. A surpresa é que esta questão surge mesmo nos meios cultos das escolas de todos os níveis. Achei um blog interessante de alguém que comenta sobre o tema. Vejam em http://blog.patrulleros.com.br/2006/04/19/cultura-tecnologica/. Um dos comentários feitos em tal blog, sugere a criação de terminais burros. Terminais espalhados pela cidade onde qualquer pessoa teria acesso bastando carregar alguns equipamentos bem simples (vejam no blog citado). O terminal burro pode ser uma saída tecnológica e popular ótima. Isso demandaria evidentemente uma grande divulgação da tecnologia, ou melhor, uma popularização da tecnologia jamais vista em um país como o Brasil. Por enquanto os detentores da tecnologia ainda pensam muito em dinheiro. Mas seria bom lembrar o que aconteceu na época da invenção do computador, o ENIAC de 1948. Os criadores do ENIAC divergiram entre si quanto aos rumos da invenção. Um deles queria manter segredo do novo produto criado, outro queria publicar os segredos da invenção (o computador) para que todos pudessem usufruir dos prováveis benefícios da mesma, como a velocidade dos cálculos, da programação, etc. O fato é que a divergência foi longe, um deles publicou o segredo do ENIAC, o que permitiu a construção de novos computadores, já uma evolução do primeiro, poucos meses depois, na Inglaterra e na França. E é graças a essa divergência, e à iniciativa de um deles de popularizar o conhecimento, que o computador se difundiu tal qual vimos na história. Portanto, cultura tecnológica para todos.

terça-feira, abril 18, 2006

Escola Aprendente


Caros, estou lendo um interessante livro, que recomendo e deixarei disponível assim que terminar minha leitura, e que pode ser útil principalmente aos dois grupos que trabalham com a noção de cultura: cultura científica e cultura tecnológica. Trata-se de: BONILLA, Maria Helena, Ecola Aprendente, para além da Sociedade da Informação, Quartet Editora, Rio de Janeiro, 2005. Bonilla é professora da FACED/UFBA e sua tese de doutorado pesquisa a internet na escola. Tive oportunidade de discutir com ela em uma mesa redonda do IX EPEF, em 2004. Leiam alguns trechos que eu marquei em minha leitura de seu livro. "Ao pocesso de atribuição de significado às informações denomina-se conhecimento, sendo que atribuir significado é, segundo Marques, uma certa maneira de considerar o que se nos apresenta, maneira derivada das próprias vivências anteriores, das experências prévias, construtivas de nossos esquemas de referências, de nossos prévios saberes". Mais, " a cultura é, em sua definição mais simples, a luta contra a uniformidade". Gostei muito dessa frase em particular. Mais ainda: "É evidente que na perspectiva economicista, significa ser consumidor. No entanto, inclusão é um processo mais abrangente, significa participar, questionar, produzir, decidir, transformar".

segunda-feira, abril 17, 2006

Primeiro dia do novo blog

Esse blog, "Educação e Cultura em Ciência e Tecnologia", criado por mim, Paulo Cezar Santos Ventura, professor da disciplina, tem por finalidade acompanhar e comentar os trabalhos dos alunos. Como cada grupo de alunos criou um blog particular, a intenção é fazer uma interação entre eles. Com a periodicidade que me for possível, eu estarei participando dos diversos blogs e fazendo comentários neles e agrupando meus comentários aqui nessa página. Com isso pretendo facilitar meu trabalho de fazer avaliações processuais dos trabalhos, bem como inserir texto, análise de livros e artigos, enfim, comentários diversos que forem pertinentes ao curso. Estejam à vontade para interagir com esse blog quantas vezes for necessário. Comentários de outros componentes do e-grupo Lactea-pesquisa também são benvindos.
Escrevam.