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terça-feira, novembro 06, 2007

Partículas-fantasmas

+ Marcelo GleiserPartículas-fantasmas
Seu corpo é atravessado por trilhões deles por segundo sem que você se dê conta
Todo fantasma que se preze é capaz de atravessar paredes. Provavelmente, isso significa que ele é feito de algum material que não interage com a matéria comum, feita de prótons, nêutrons e elétrons. O estranho é que, mesmo assim, fantasmas podem deslocar móveis, fazer barulho e outros efeitos que dependem de sua interação com a matéria. Bem, talvez seja por isso que sejam entidades "sobrenaturais"; de naturais realmente elas não têm nada.
Existem, no entanto, objetos perfeitamente naturais que também podem atravessar paredes. São os neutrinos, as partículas mais exóticas da natureza, pelo menos das que conhecemos até agora. Sua história, desde que foram propostas até sua descoberta em experimentos, e as últimas surpresas que andam pregando nos físicos (que veremos numa outra semana), ilustra bem algo de que é sempre bom lembrar: a ciência é uma narrativa em andamento, que vai se aprimorando aos poucos, à medida que aprendemos mais sobre o mundo.
Durante as primeiras duas décadas do século passado, várias descobertas sobre o núcleo atômico revelaram que os átomos podem se transmutar uns nos outros, realizando espontaneamente o sonho dos alquimistas. Infelizmente, não era o chumbo que se transmutava em ouro, mas átomos mais pesados, como o urânio, ditos radioativos por emitirem radiação.
Dos três tipos de radiação emitidos pelos núcleos de átomos radioativos, um deles, chamado de radiação beta, era particularmente misterioso. Sabia-se que a radiação beta tinha carga elétrica negativa; logo ficou claro que os raios beta eram elétrons sendo ejetados pelo núcleo. Todavia, sabia-se que o núcleo era eletricamente positivo. De onde vinham esses elétrons com carga negativa? E sua energia?
A situação era exasperadora. Alguns físicos, como o grande Niels Bohr, chegaram até a sugerir que a lei de conservação de energia fosse abandonada. A solução foi oferecida por Wolgang Pauli em 1930: "Tenho uma solução desesperada, a possibilidade de que exista no núcleo uma partícula sem carga elétrica que é ejetada com o elétron". A partícula ficou conhecida como "neutrino", ou seja, um nêutron (o companheiro do próton no núcleo, descoberto em 1932) pequenino.
Ficou claro que o decaimento beta é, na verdade, a desintegração de um nêutron num próton, num elétron e num neutrino (mais precisamente um "antineutrino", mas vamos deixar isso de lado). Note que a carga elétrica é a mesma antes e depois da reação [zero = (+) + (-) + zero]. O neutrino garante, também, a conservação de energia.
Apenas em 1956 o neutrino foi descoberto. A demora se deveu às estranhas propriedades dessa partícula. Para ser detectada, uma partícula precisa interagir com um detector. Por exemplo, você só enxerga porque seus olhos podem detectar os fótons, as partículas da luz. No caso dos neutrinos, sua interação com partículas de matéria como elétrons é tão fraca que eles são capazes de atravessar paredes, pessoas e até mesmo planetas inteiros sem uma única interação.
Seu corpo é atravessado por trilhões deles por segundo sem que você se dê conta!
Por isso, os neutrinos são chamados de partículas-fantasmas.
De onde vêm esses neutrinos todos?
A maioria vem do centro do Sol, onde temperaturas de 15 milhões de graus Celsius são capazes de fundir hidrogênio em hélio, produzindo também neutrinos em abundância: ao menos na física, os fantasmas vêm da luz e não das trevas.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo"



segunda-feira, outubro 29, 2007

Cultura da Internet e seus problemas



Um casal da cidade de Zenica, na Bósnia-Herzegóvina, estava com problemas no casamento. Por causa disto, os dois iniciaram contatos pela internet, na espectativa de encontrarem melhores relacionamentos e, sem saber de suas identidades, trocaram mensagem um com ou outro e acabaram se apaixonando. Quando a relação via internet tournou-se séria, decidiram se encontrar, e então descobriram quem eram.
Resultado: decidiram se separar.


terça-feira, outubro 23, 2007

Ética dos robôs

Enviado por James William Goodwin Jr.

Françoise Lazare e Philippe Mesmer escrevem para o “Le Monde”:

O mais novo dos robôs humanóides japoneses tem capacidades impressionantes. Desenvolvido por meio de uma parceria entre a Kawada e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Avançada (AIST) do Japão, o "HRP-3 Promet" tem tudo que o trabalhador do futuro precisa.A máquina branca e preta, de 1,60 metro e 80 quilos, consegue se movimentar nos terrenos mais acidentados, e em qualquer clima. O robô é capaz de caminhar durante duas horas, manipular com precisão uma chave de fenda, ajudar um homem a carregar uma tábua, conduzir veículos de trabalho. Seus criadores esperam começar a comercializá-lo em 2010. Em menos de uma década, de acordo com os pesquisadores, os robôs farão parte da vida cotidiana dos japoneses.

Bill Gates, cuja Microsoft acaba de desenvolver um sistema operacional padronizado para esse tipo de máquina, acredita que a indústria da robótica, como a dos computadores pessoais 30 anos atrás, está às portas de uma forte expansão. As novas máquinas evoluirão no contato com os seres humanos e poderão substituí-los na execução de certas tarefas; mas será que terão direitos? A questão já está em debate no Reino Unido, em um relatório encaminhado ao governo em dezembro de 2006. O projeto Horizon Scan teve por tema cerca de 250 assuntos que estão em desenvolvimento, entre os quais as conseqüências da evolução da robótica. Podem votar?

Sob o título "sonhos utópicos ou máquinas melhores", os especialistas discutem aquilo que será preciso prover aos robôs à medida que sua inteligência artificial se desenvolva. Será que terão direito de voto? Serão forçados a pagar impostos, a prestar serviço militar? De acordo com o estudo, caso os robôs participem da força de trabalho e, portanto, do crescimento da economia, será necessário fornecer a eles, por exemplo, uma cobertura de seguro social que garanta o bom funcionamento de seus equipamentos.

Como aponta o texto, um computador, que legalmente não é considerado uma pessoa, não poderia ser responsabilizado judicialmente por qualquer delito. Seu fabricante, no entanto, poderia proteger seus direitos de propriedade intelectual. No Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma das organizações líderes na pesquisa em robótica nos EUA, Aaron Edsinger está envolvido há três anos no desenvolvimento do robô Domo. Trata-se da fusão entre o Kismet, robô criado para o estudo dos contatos entre máquinas e humanos e da aprendizagem que eles propiciam, e do Cog, muito eficiente na manipulação de objetos.

"A questão dos direitos dos robôs será importante no futuro não apenas para os estudiosos da robótica mas para a sociedade em geral", diz ele. "Não estou certo de que ela venha a ser tão diferente da questão dos direitos animais. A probabilidade é que venhamos a nos comportar assim também em relação às diferentes categorias de robôs. Uma lavadora de louças deve continuar a ser uma lavadora de louças. Já os robôs mais infantilizados talvez venham a ocupar o lugar de um cão ou gato. E creio que dentro de 50 anos parecerá natural que concedamos direitos semelhantes aos dos animais a essas duas categorias de companheiros", diz. (Isaac Asimov)

No Japão, a questão vai se apresentar mais cedo, dada a posição importante que a robótica já ocupa na vida cotidiana do país. O envelhecimento da população apresenta problemas de mão-de-obra para as empresas, e também no que tange a encontrar assistência para os idosos. Por isso, laboratórios e parcerias, sob forte pressão do governo, estão investindo pesadamente nesse ramo de atividade. Os robôs humanóides vêm sendo desenvolvidos pouco a pouco pelos laboratórios, como por exemplo o Wakamaru, que já está à venda para trabalhar como recepcionista em empresas.

Já a Alsok, fabricante de produtos de segurança, está oferecendo aos clientes os robôs de vigilância C4 e C5, para operar em centros comerciais. Com abordagem bastante pragmática, o Ministério da Economia japonês está trabalhando na redação de normas de segurança para o uso de robôs. A comissão criada para essa finalidade em dezembro de 2006 não deve se pronunciar em favor do estabelecimento de uma distinção entre robôs e outras máquinas. O fabricante será sempre considerado responsável pelos problemas criados por seu produto, a não ser que as instruções de uso tenham sido desrespeitadas. As normas do governo exigirão que os fabricantes garantam fiscalização séria dos robôs que prestarão serviços pessoais.Na Coréia do Sul, país igualmente avançado em termos de robótica e grande rival do Japão nessa área, uma "carta ética dos robôs" deve ser redigida neste ano. O texto se inspira nos princípios propostos pelo escritor de ficção científica Isaac Asimov. Os robôs não deverão fazer mal aos seres humanos ou permitir que estes os façam sofrer. Deverão obedecer aos seres humanos, a menos que isso contradiga a primeira lei. E deverão garantir sua própria proteção, caso isso não contradiga as duas primeiras leis. (Texto foi publicado no "Le Monde". Tradução de Paulo Migliacci)




quinta-feira, setembro 27, 2007

Uma reflexão interessante, para provocar uma leitura crítica da Internet

Site leva turistas a buscar praia britânica imaginária


Uma página na Internet promovendo uma praia paradisíaca, considerada a melhor da Cornualha, no sudoeste da Grã-Bretanha, vem atraindo hordas de turistas à região em busca do local, que não sabem que o local na verdade não existe.

O "site oficial" da praia de Porthemmet, já visitado por milhares de pessoas, avisa: "Se você está planejando uma viagem à Cornualha, garanta uma visita à praia de Porthemmet. Ela é considerada a melhor praia da Cornualha tanto pelos moradores da região quanto pelos freqüentes visitantes ao condado".

ReproduçãoReprodução

Reprodução do "site oficial" da praia de Porthemmet
Site põe placa da suposta cidade de Porthemmet

A página diz que graças ao fluxo da Corrente do Golfo, Porthemmet "tem águas mornas e parece mais um paraíso tropical do que uma praia na Grã-Bretanha" e avisa que, para os visitantes mais jovens, ela traz o atrativo de ter muitos bares e discotecas, além de ser a única do país a permitir a prática de topless. Segundo a imprensa britânica, muitos turistas têm seguido as indicações do site e procurado na estrada A30 as placas que mostrariam "claramente" a direção a seguir para chegar à praia. Mas as placas, cujas fotos aparecem no site, também não existem.

Costume local

Para aqueles que se aventuram a perguntar pela praia aos moradores da região, o site avisa: "Há um costume local na Cornualha segundo o qual os moradores fingem não saber onde fica a praia de Porthemmet. Não seja enganado, todos os moradores da Cornualha sabem onde fica a praia, mas estão somente se divertindo". A "página oficial" da praia sugere então aos turistas que digam aos locais ser um "emmet", que significaria, no dialeto local, alguém que ama a Cornualha. "Emmet", na verdade, é o termo usado pelos locais para se referir, de maneira pejorativa, aos turistas.

Segundo o jornal "The Independent", o site é criação do britânico Jonty Haywood, originário da Cornualha e que atualmente trabalha como professor de inglês na Tailândia. Em entrevista ao jornal, ele negou que o site seja parte de uma campanha de nacionalismo na Cornualha e de crítica aos milhões de turistas que visitam suas praias a cada ano. Segundo ele, a página não tem nenhum objetivo além de fazer graça. "Mandar turistas tentar encontrar uma praia imaginária é engraçado", justificou ele ao jornal.


quinta-feira, setembro 06, 2007

O ECO


Para quem ensina e aprende Ecologia: vejam estes relatos.

http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=149&date=currentDate&contentType=html

Internet traduzida em livro

O editor do site Leia Livro da Secretaria de Estado da Cultura, Juliano Spyer, lança hojeLivraria Cultura do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073), em São Paulo, o livro Conectado - O que a internet fez com você e o que você pode fazer com ela (Jorge Zahar, 256 pp., R$ 39,90). Trata-se de um manual que apresenta a comunicação pela internet dos pontos de vista teórico, prático e aplicado, com o estudo de casos e debate das conseqüências do mundo interconectado. O livro traz, ainda, orientações para o usuário saber como tirar proveito desse novo cenário e também perceber os riscos e desafios da chamada "comunicação de muitos para muitos".

sábado, setembro 01, 2007

3108 - DIA DO BLOG


Hoje é Blogday


Blog Day 200731 de Agosto é o Dia do Blog, ou Blog Day, data escolhida pela semelhança entre 3108 e a palavra blog. Como o Natal, não passa de uma data comercial que certamente surgiu de um linkbait como qualquer outro.


Em 2005, o israelense Nir Ofir teve uma idéia bacana. "Nos últimos meses, eu senti que, a medida em que surgem mais blogs, perco menos tempo com eles. Com o excesso de informações, visito apenas meu blog favorito. Então por que não incentivamos nossos visitantes a conhecer novos blogs?". Poderia ter escolhido qualquer dia do ano, mas optou pelo 31 de agosto por razões semióticas: em inglês, 31-Aug vira 31-Og, que vira 31OG - já dá pra ler a palavra blog escondida ali?


Durante o dia 31 de Agosto, bloggers de todo o mundo farão um post a recomendar a visita a novos blogs, de preferência, blogs de cultura, pontos de vista ou atitude diferentes do seu próprio blog. Nesse dia, os leitores de blogs poderão navegar e descobrir blogs desconhecidos, celebrando a descoberta de novas pessoas e novos bloggers.


BlogDay instruções:


  1. Liste cinco novos Blogs que você ache interessantes.

  2. Notifique por email esses cinco bloggers de que serão recomendados por você no BlogDay 2007.

  3. Publique no BlogDay (no dia 31 de Agosto) esse post.

  4. Junte a tag do BlogDay e um link para o site do BlogDay..... Comemore! Parabéns aos bloggers!

quinta-feira, agosto 30, 2007

Israel cria robô para combater câncer



O trabalho de dois jovens cientistas de Haifa, ao norte de Israel, atraiu holofotes do mundo inteiro. Eles inventaram um robô, com aparência de inseto, capaz de se agarrar às paredes dos vasos sanguíneos mesmo contra a corrente. Com um milímetro de diâmetro e quatro de comprimento, a novidade, já testada em tubos plásticos e artérias de animais, é movida por um campo magnético, que controla o movimento e a velocidade, sem a necessidade do uso de cabo ou bateria. Ele poderia, por exemplo, levar uma partícula radioativa a um lugar específico, no tratamento de câncer, ao invés da quimioterapia que afeta o corpo todo. O próximo passo, em dois ou três anos, serão os testes clínicos com seres humanos.

Concurso de fotografias revela a arte na ciência

Reprodução/BBC Brasil
As garras de um morcego viram imagem artístic

Dentes de caracol de jardim, cristais de vitamina C e garras de morcego são alguns dos destaques da edição deste ano do concurso fotográfico britânico Visions of Science, ou Visões da Ciência, em tradução livre. Os 32 finalistas, que vão de acadêmicos e médicos a fotógrafos amadores e estudantes, encontraram maneiras originais de retratar fenômenos científicos e naturais.

Confira a galeria de imagens da BBC Brasil

O resultado são imagens que ora lembram obras de arte abstratas ora parecem saídas de um filme de terror. “Acreditamos que esta competição é um fantástico veículo para comunicar a importância da ciência e da tecnologia para o nosso entendimento do mundo. Ela também permite que o impressionante mundo das imagens científicas alcance uma audiência mais ampla”, disse John Morton, chefe da Engineering and Technology Board (ETB), organizador do concurso.

A competição é patrocinada pelo jornal The Daily Telegraph e a Science Photo Library e conta com um painel de jurados composto por cientistas, fotógrafos e editores de fotografia. Entre os competidores, eles buscam imagens únicas, que revelem novas percepções da natureza, medicina, ciência e engenharia.

Os vencedores em cada uma das cinco categorias (Ação, Arte, Detalhe, Pessoas e Conceitos) receberão um prêmio de mil libras em dinheiro, o equivalente a aproximadamente R$ 4 mil, e serão convidados para uma cerimônia de premiação em setembro, na Royal Society, em Londres.



quinta-feira, julho 26, 2007

Museu berlinense mostra passado e futuro dos robôs


O Museu da Comunicação de Berlim dedica uma mostra especial à história dos robôs e à interação entre homem e máquina. A exposição intitulada Die Roboter kommen! (“Os robôs vem aí!”, em tradução livre) mostra o desenvolvimento da tecnologia robótica, mas não se limita a temas técnicos.

O museu mostra também a visão que se tinha dos robôs em várias épocas – em pinturas, revistas e filmes de ficção científica.

O homem se ocupa com seu colega mecânico há muito tempo: uma das peças mais antigas expostas em Berlim mostra um desenho de 1740 que retrata um misto de mulher e relógio. Entre os séculos 16 e 19 foram criados vários mecanismos capazes de fazer música ou desenhar que fascinavam as pessoas.

Semelhança

Os primeiros robôs semelhantes ao ser humano surgiram entre os anos 20 e 50 do século passado.
A mostra berlinense inclui um dos primeiros deles, com o nome de “Sabor V”, que hoje mais parece um tosco homem de lata.

A exposição vai até os dias atuais e mostra que os robôs já estão em toda a parte: só na Alemanha há cerca de 130 mil deles na indústria. O Museu da Comunicação mostra robôs modernos, que são capazes de aprender através da interação com os humanos.

No futuro os andróides poderão se comunicar com os humanos, e há até quem diga que por volta de 2050 será realizado o primeiro jogo de futebol entre máquinas e humanos. A mostra no Museu da Comunicação em Berlim foi inaugurada no começo de abril e fica exposta até o dia 2 de
setembro de 2007.


Cientista prevê 'direitos humanos' para robôs


Mulher robô
Inteligência artificial fará robôs desejarem direitos, diz relatório
Um relatório do governo britânico afirma que robôs podem e devem, no futuro, gozar do que hoje se consideram direitos humanos, diz matéria do diário econômico Financial Times.

A previsão, segundo o jornal, foi apresentada pelo cientista do governo, David King, em um relatório de 270 páginas no qual elabora projeções para o mundo dentro de 50 anos.

Em 2056, "chineses andarão sobre a Lua, o mundo terá que ser dividido em blocos monetários depois de um choque de câmbio, e até robôs terão de votar", diz a matéria.

A idéia de robôs totalmente integrados à vida social humana, como nos clássicos do escritor de ficção científica Isaac Asimov, segue o que os cientistas acreditam ser o futuro da inteligência artificial.

"Se criarmos robôs conscientes, eles vão querer ter direitos, e provavelmente deveriam tê-los", diz ao FT um pesquisador do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos.

"É também lógico que tais direitos correspondam a obrigações cidadãs, incluindo votar, pagar impostos e prestar serviço militar obrigatório", acrescenta o jornal.

Entre os benefícios estariam ainda auxílios de complementação de renda, auxílio-moradia e, possivelmente, um sistema de saúde de robôs, para consertar as máquinas desgastadas pelo tempo.

"Seria aceitável chutar um cachorro-robô sendo que não devemos chutar um cachorro de verdade", indaga ao jornal o pesquisador.

"Haverá quem não saiba distinguir entre uma coisa e outra. Precisamos de regras éticas para assegurar que humanos interajam com robôs de forma ética, e não modifiquemos as fronteiras do que consideramos aceitável."

Iniciativa brasileira do Museu da Pessoa é exportada aos EUA, a Portugal e ao Canadá



Não só de commodities, de manufaturados, semi-manufaturados e serviços vivem o comércio exterior e as relações internacionais do Brasil. A criativa exportação brasileira colocou no mercado externo serviço inédito: o Museu da Pessoa, cuja proposta é consolidar nova forma de contar a história da humanidade, tendo como ferramenta o grande poder de interatividade propiciado pela Internet.
A metodologia pioneira, desenvolvida pelo Museu da Pessoa, com sede em São Paulo, já foi parar nos Estados Unidos, Portugal e, agora, também no Canadá, países onde foram fundados núcleos autônomos da entidade, formando a rede internacional de histórias de vida e, além de compartilhar experiências, realizam iniciativas comuns em escala global.
O Museu da Pessoa tem como missão promover a democratização da memória social, por meio da valorização de histórias de vida de todas as pessoas, contribuindo com a construção de sociedade mais justa, democrática e baseada na compreensão e respeito pelo outro.
Fundado em 1991, o Museu da Pessoa desenvolveu método diferenciado de coleta e sistematização de histórias de vida e depoimentos temáticos; realizou mais de 90 projetos nas áreas de educação , desenvolvimento comunitário, comunicação e recursos humanos, tornando-se referência em projetos de memória.
O objetivo do Museu é construir rede internacional de histórias de vida capaz de contribuir para a mudança social.
Apesar de não haver internet, quando a instituição foi criada a idéia já era de museu virtual – ou seja, um museu para preservação de histórias de vida, organizadas em uma base digital (banco de museus, CD-ROMs, etc.), gerando-se assim espaço onde cada pessoa pudesse ter a oportunidade de preservar sua história de vida e de tornar-se uma das múltiplas vozes da memória social.
O Museu da Pessoa acredita que:
--toda história de vida tem valor e deve fazer parte da memória social;
--ouvir o outro é essencial para respeitá-lo e compreendê-lo como par;
--no protagonismo histórico: todas as pessoas têm um papel como agente de transformação da História. Democratizar e ampliar a participação dos indivíduos na construção da memória social é atuar na percepção que os indivíduos e os grupos têm de si mesmos e de sua situação conseguir em nome de outrem;
--integrar indivíduos e distintos grupos sociais por meio da produção e conhecimento de suas experiências é atuar para romper o isolamento de alguns grupos sociais e impulsionar processos de empoderamento fundamentais para mudar relações sociais, políticas e econômicas.
O museu possui acervo com cerca de 6 mil depoimentos gravados e 6 mil fotos e documentos digitalizados.
Você pode participar, contando sua história; é fácil.
E você poderá compartilhar textos, imagens, áudios e vídeos com milhares de pessoas que já fazem parte deste Museu.
Informações: www.museudapessoa.net.
O endereço do núcleo canadense na Internet é www.museedelapersonne.ca

segunda-feira, julho 23, 2007

SISTEMA DOS OBJETOS

Segundo Jean Beaudrillard (O sistema dos objetos, Perspectiva, São Paulo, 2000), "colecionar é uma forma de enclausurar o objeto, de descontextualiza-lo em favor da lógica sincrônica da coleção"

sexta-feira, julho 13, 2007

Berlim expõe maior esqueleto de dinossauro já exibido


Carola Radke/Museu de História Natural de Berlim
Com 13,27 metros de altura, o braquiossauro de Berlim é o maior esqueleto em exibição no mundo


O ursinho Knut acaba de ganhar um concorrente de peso. O braquiossauro exposto em Berlim a partir desta sexta-feira é forte candidato ao trono de novo mascote da capital alemã, ainda mais agora que o urso polar perde a cada dia os trejeitos de filhote.

O gigante de 13,27 metros de altura e 150 milhões de anos é o maior esqueleto de dinossauro em exibição no mundo e a atração principal da nova exposição permanente do Museu de História Natural de Berlim, chamada Evolução em Ação.

O prédio tem quatro de seus salões reabertos, após dois anos de cuidadosas reformas e investimento de cerca de 18 milhões de euros (R$ 47 milhões).

O braquiossauro, que desde 1937 enfeita o pátio interno do edifício, sob uma cúpula de vidro, teve sua postura corrigida, crescendo cerca de 1,5 metro. Se antes os cientistas achavam que o animal se movia com as patas arqueadas, como crocodilos e outros répteis atuais, hoje se sabe que ele tinha patas e cauda eretas. De acordo com pesquisas mais recentes, a espécie era menos pesada e mais ágil do que se pensava.

Jurascópios

Com quase 50 toneladas e mais de 15 metros de comprimento, o braquiossauro está entre os maiores vertebrados que já habitaram o planeta. Ele é a principal estrela de um grupo de sete dinossauros expostos no museu, todos do período Jurássico.

Um deles, o carnívoro Alossauro, assusta os visitantes que chegam, atravessando com a cabeça a parede de vidro da recepção.

Através de aparelhos apelidados de “jurascópios”, o público pode ter uma melhor idéia de como eram os dinossauros. Ao ser apontado para os animais, o equipamento vai completando virtualmente os esqueletos com órgãos internos, músculos e pele. Depois disso, os animais se movem na frente do observador, através de animação computadorizada, simulando cenas de caça.

Outro destaque valioso é o fóssil petrificado do arqueopterix, exposto pela primeira vez pelo museu. O exemplar é o mais bem detalhado vestígio da espécie, um misto de pássaro e réptil, considerado uma das mais contundentes provas da teoria evolucionista de Darwin.

“Ele é a Mona Lisa dos fósseis”, compara Ferdinand Damaschun, diretor do departamento de exibição do Museu de História Natural de Berlim. “É a peça de paleontologia mais reproduzida no mundo”, acrescenta.

A mostra Evolução em Ação conta, ainda, a história do universo e do sistema solar através de simulações em vídeo. A exposição explica a história da evolução do planeta e das espécies, exibindo milhões de exemplares de animais e minerais e apresentando os últimos resultados das pesquisas científicas elaboradas pela equipe do museu.


sábado, junho 09, 2007

NOVA FERRAMENTA DE PESQUISA DE PROJETOS


NOVA FERRAMENTA DE PESQUISA DE PROJETOS

Com o intuito de aprimorar as informações fornecidas ao público sobre o apoio do Ministério a projetos, programas e ações culturais, a Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura em conjunto com a Gerência Web da Diretoria de Gestão Externa (DGE) e a Cordenação-Geral de Informática da Diretoria de Gestão Interna (DGI) redesenharam e colocaram no ar, na última sexta-feira, dia 25, uma nova ferramenta de busca de informação dos Projetos, agora chamado "Pesquisa de Projetos".

Por meio da nova pesquisa, o proponente, o investidor cultural e o público em geral poderão obter informações mais detalhadas sobre os projetos inseridos no Programa Nacional de Apoio a Cultura - que institui os mecanismos de Incentivo Fiscal, Programa de Intercâmbio e FNC - e Editais específicos. O usuário poderá pesquisar os projetos, separadamente ou de forma cruzada, por número do Pronac, nome do projeto, nome do proponente, cpf/cnpj do proponente, ano, estado, região, área e segmento.

A nova ferramenta de "Pesquisa de Projetos" encontra-se no lado direito superior do site principal do Ministério, assim como na sub-página de Apoio a Projetos do MinC. A pesquisa no site principal contempla os critério mais utilizados (número do Pronac, nome do projeto, nome do proponente, cpf/cnpj do proponente). Logo abaixo, no link "Busca Avançada", é possível fazer pesquisas com os demais critérios isoladamente ou de forma cruzada.

O novo layout respeita a nova identidade visual desenhada para os serviços de e-gov do MinC. A nova disposição incorpora mais informações e funcionalidades como o relacionamento, na mesma tela, de todos os projetos de um mesmo proponente. A intenção dessas mudanças é melhorar a qualidade da informação prestada e a diminuição de solicitações das áreas de atendimento.

Enfim, a nova ferramenta de busca é uma das ações em curso com o objetivo de melhorar o atendimento ao público interno e externo do MinC.


Secretaria de Incentivo Fomento à Cultura

Minstério da Cultura

divulgacaomg@minc.gov.br



Ilustrações ainda têm seu lugar nas ciências

I


Por Luiz Paulo Juttel
06/06/2007
Botticelli, famoso pintor italiano, foi também ilustrador científico. A arte rupestre das cavernas de Altamira (Espanha) e Lascaux (França) é considerada por muitos uma forma de arte precursora da ilustração científica. Pois tais pinturas feitas em rochas a mais de 15 mil anos, descrevem com riqueza de detalhes a natureza que cercava o homem pré-histórico. O Brasil do século XVI já recebia artistas europeus em busca da beleza de nossa fauna e flora, assim como do nosso povo multiétnico para compor suas ilustrações. O século XX trouxe novas tecnologias que, apesar dos rumores, não conseguiram tomar o espaço ocupado pela ilustração. Talvez, serviram até para lhe dar mais força. Agora, em junho de 2007, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebe a I Exposição Nacional de Ilustrações Científicas, uma tentativa de mostrar o nível de profissionalismo e perfeição que esta arte gráfica atingiu em nosso país.

"Mãos" de Bruno Amaral, de Londrina-PR
Fotos: Luiz Juttel
A mostra, aberta ao público no dia 30 de março, acontece na biblioteca do Instituto de Biologia (IB). Até 15 de junho, quem for à Unicamp poderá ver, gratuitamente, 84 reproduções de ilustrações de 26 artistas brasileiros, além de dois portugueses e um espanhol convidados. A exposição foi dividida em cinco áreas: botânica, zoologia, medicina, odontologia e astronomia. As técnicas empregadas nos desenhos vão da aquarela, de efeitos belíssimos, ao lápis de cor, passando pelo guache, nanquim, bico de pena e grafite. Tem ainda ilustrações digitais dos portugueses Nuno Farinha e Fernando Correia e do Espanhol Juan Ángel Munhoz. Alguns destes desenhos parecem ser impossíveis de serem produzidos em computadores.
Uma seção do evento foi reservada à homenagem de quatro grandes ilustradores científicos brasileiros já falecidos. São eles: Etienne Demonte, Margaret Mee, Maria Werneck de Castro e Emiko Naruto. Tal espaço contém ilustrações e uma breve biografia destes profissionais. Margarete Mee (1909-1988), por exemplo, é lembrada, entre outras coisas, por suas inúmeras viagens em barcos ribeirinhos floresta amazônica adentro, seja de dia ou de noite, em busca de espécimes vegetais desconhecidos pela comunidade acadêmica para servirem de modelo as suas obras.

Opunthia monacontha de Fátima Zagonel (Curitiba-PR)
A exposição foi apresentada pela primeira vez em 2006 no I Encontro Nacional de Ilustradores Científicos, em Belo Horizonte. O ilustrador responsável pela mostra de Campinas, Rogério Lupo, conta que a idéia de realizar o encontro de BH, e posteriormente a mostra itinerante, surgiu da preocupação de muitos artistas em se unirem por melhores condições de trabalho, além da divulgação da ilustração científica para o público leigo. De 2006 até agora, a exposição percorreu o Jardim Botânico de Curitiba e a Universidade Federal de Uberlândia. Em Campinas ela integra as comemorações dos 40 anos do IB.
Para a professora universitária Regina Lúcia de Oliveira Moraes, de 50 anos, expectadora da exposição, foi muito boa a idéia de aproveitar o prédio da futura biblioteca do IB, ainda em obras, para eventos culturais desta espécie. Sobre as ilustrações, ela fala que “alguns quadros chocam a gente”, ao se referir aos desenhos que descrevem ossos, músculos e artérias do corpo humano utilizadas pela medicina e odontologia.
A ilustração científica no Brasil

Ilustração de Fernando Correa e Nuno Farinha, Portugal
A ilustração científica é uma das áreas da arte gráfica que serve de instrumento de apoio ao ensino e à pesquisa, em seus vários ramos, além de ser um meio de divulgação científica. No Brasil, a principal área a utilizar ilustração científica é a botânica taxonômica, cujos desenhos descrevem plantas e animais, assim como os dividem em categorias de acordo com suas características. Lupo, que também é biólogo, diz que “uma espécie nova descoberta precisa ser descrita e desenhada e posteriormente publicada em revistas especializadas” . Em ocasiões como esta, a ilustração científica se apresenta como a técnica que obtém os melhores resultados.
Mesmo com o advento da fotografia, a ilustração científica não perdeu espaço, pois, as duas técnicas servem a objetivos diferentes. Uma foto, apesar de reproduzir a natureza com grande realismo, não consegue delinear estruturas e evidenciar aspectos da cena reproduzida em nível de detalhamento semelhante ao atingido por um bom ilustrador. Por mais moderna que seja a câmera fotográfica, ela só consegue focar com alta precisão parte do objeto enquadrado. Uma ilustração científica consegue detalhar com grande precisão toda a cena reproduzida. Lupo fala que uma boa ilustração não deve precisar de descrição para ser compreendida. Ela deve se fazer entender por si. O diretor do IB, Paulo Mazzafera complementa dizendo que a ilustração é uma arte científica. É “um tipo de arte que não morre, não desaparece. São gravuras que guardam proporcionalidades” , afirmou Mazzafera.
Lupo destaca que apesar da ilustração científica sofrer preconceito atualmente e ser muitas vezes substituída por esquemas descritivos “frívolos”, ela vive seu melhor momento na história. “A arte já não funciona mais tão bem. A exposições atuais já não aceitam mais desenhos clássicos, bem feitos. Um bom desenho é considerado ultrapassado. Os grandes desenhistas hoje estão restritos a compra de trabalhos por pesquisadores, que valorizam este tipo de arte até hoje”. Além da botânica, outras áreas como a astronomia, as ciências médicas, a engenharia de automóveis e navios possuem amplo mercado no exterior para a ilustração científica. No Brasil, porém, estes ramos de atuação são bem mais restritos, completa Lupo.



terça-feira, março 20, 2007

DE NOVO NO AR (e no mar)


Caros, estamos revisitando nossos respectivos blogs, aqueles mesmos que criamos no calor da discussão da disciplina do mestrado em ET: Educação e Cultura em Ciência e Tecnologia, mesmo nome desse blogfúndio. Eu já postei alguns comentários, mas ainda não tive tempo de visitar todos. Como os temas são recorrentes em nossa discussão e proposta de trabalho, retomamos nosso espaço de interlocução. Convido-os para fazer o mesmo. Nesta quinta-feira 22 de março estaremos assistindo e discutindo o tema "Alfabetização e Letramento Científico e Tecnológico", apresentado por Denise Eler. Todos estão convidados.