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quarta-feira, setembro 27, 2017

OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRAS 5

5 - TRÊS AÇÕES NECESSÁRIAS PARA O PROTAGONISMO JUVENIL

Em meu trabalho na Analema Consultoria tenho conversado muito com jovens estudantes de Ensino Fundamental e Ensino Médio sobre as carreiras hoje, evolução das carreiras e, principalmente, como fazer escolhas coerentes e acertadas. Visito escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio fazendo palestras e orientando professores e alunos em desenvolvimento de projetos diversos, em uma área de atuação que denomino de Coaching Educacional.

Claro que, em nosso mundo mutante de hoje, não é mais possível definir uma carreira com anos de antecedência, como se fazia antigamente. Isso porque as profissões mudam, as habilidades e competências necessárias para o exercício de uma profissão mudam com o tempo, de modo que é difícil prever o que será exigido de determinado profissional nos dias de amanhã. 
Por exemplo, anos atrás um técnico em mecânica deveria dominar bem o uso de ferramentas da área, como torno mecânico, solda, etc. Hoje em dia o trabalho desse profissional exige conhecimentos de linguagens de informática, inglês, etc., uma vez que o trabalho está cada vez mais automatizado.
Então sempre começo enfatizando três ações absolutamente necessárias para o protagonismo juvenil, ações estas que ajudam muito a fazer escolhas adaptadas aos sonhos dos jovens de ter uma carreira produtiva, provedora de suas necessidades básicas e flexível, como deverão ser as carreiras de amanhã. São elas:

1.     Ter domínio das linguagens de comunicação. Entre essas linguagens de comunicação destacam-se: domínio de língua portuguesa para facilidade de redação, leitura e conversação; fluência, no mínimo em nível básico, em pelo menos uma língua estrangeira (inglês e espanhol encontram-se na preferência do mercado, no Brasil); facilidade em ferramentas de informática, afinal a comunicação hoje passa pela internet; e domínio operacional de Matemática, uma linguagem universal no mundo dos negócios, das Ciências e da Tecnologia.

2.      Ter domínio das disciplinas escolares, e expertise nas de sua preferência. Isso não quer dizer que é preciso ter nota dez em todas as disciplinas. A importância de um bom currículo escolar é relativa para muitas profissões. No entanto, criar expertise em algumas delas, as de sua preferência, é muito bom na hora de fazer escolhas. Pois as escolhas devem ser feitas naquela área em que somos bons. Então, a pergunta é: eu sou bom em quê? E é exatamente na escola que começamos a moldar nossas preferências. 

3.      Ter domínio do uso de ferramentas e técnicas. Esta terceira ação é pouco explicitada pelos orientadores vocacionais, uma vez que a preferência das pessoas sempre recai em carreiras mais acadêmicas e pouco técnicas. No entanto, uma das coisas mais requeridas em qualquer profissão é a habilidade em fazer medidas e saber interpretá-las. Mesmo em Ciências Humanas se faz medidas, como medidas de opinião, de preferência de marcas, etc. e coloca-se em tabelas, quadros e gráficos os resultados dessas medidas para análise dos analistas diversos. E consegue melhor avaliar as inúmeras situações possibilitadas pelo mercado quem sabe fazer medidas e saber compará-las. 

Resumindo rapidamente essa primeira abordagem na questão de jovens e escolha de carreiras, aconselho essas três ações listadas acima, que ajudam muito na escolha de uma careira entre as muitas possibilidades ofertadas pelo mercado, mesmo em tempos de crise: domínio de linguagens, tornar-se bom em algumas atividades, e saber lidar com ferramentas e medidas.



sexta-feira, setembro 22, 2017

OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRAS 4


4 – PROFISSÕES EM ALTA (hoje)

Mercado de trabalho em baixa não significa falta de oportunidades, ou que não tem saída no fim do túnel. Sempre há trabalho para pessoas qualificadas e bem preparadas. Se empregos com carteira profissional assinada estão em fase de poucas ofertas, há sempre oportunidades para empreendedores ou pessoas com competências diversas. O que as empresas procuram são pessoas com alta capacidade de entrega, ou seja, pessoas que “dão conta do recado” em tempos de crise.

Listamos e discorremos a seguir, algumas dessas demandas importantes nos dias de hoje, onde trabalho não falta. Não é uma lista completa, ajuntamos em áreas profissionais de maior demanda. Além dessas há, obviamente, outras profissões com grande índice de procura.

1 – Profissionais de vendas: como o comércio e a indústria vivem da venda de seus produtos, é natural que a área de vendas é a que mais contrata profissionais. Mas é também a que mais demite. Em tempos de bonança a demanda por profissionais de vendas é muito grande. Em tempos de crise a demanda por bons profissionais de vendas, aqueles com qualificações especiais, é maior ainda. Isso porque, para aumentar as vendas precisa-se de profissionais que entendam o produto e/ou o serviço, que dominam o processo produtivo do produto comercializado. Espera-se que ele entregue uma solução customizada para o cliente agregando valor. Os profissionais de vendas podem ter uma formação em Engenharia, para vendas técnicas, economistas, contabilistas, administradores e consultores de vendas com formação variada.

2 – Profissionais de Tecnologias de Informação (TI): Estamos falando principalmente de desenvolvedores de aplicativos para dispositivos móveis. Estão em alta porque as empresas continuam investindo na criação e melhoria de seus aplicativos e existem poucos profissionais no mercado com experiência prática. Estamos falando também de responsáveis pelo desenvolvimento da interface com o usuário. Estarão em alta porque grande parte das empresas está interessada em melhorar seus resultados de vendas e aumentar a retenção dos clientes. São especialistas em marketing digital e designers. Os profissionais para atuarem nestas áreas têm uma formação em Tecnologia, em Designer e Comunicação e Marketing.

3 – Analistas de dados: O analista de dados é responsável pela inteligência da empresa através da leitura, análise e interpretação dos dados coletados no mercado e nos meios de comunicação. Com a evolução do mundo digital as empresas coletam cada vez mais dados. E este profissional interpreta esses dados, transformando-os em ações para a empresa. A formação acadêmica desses profissionais deve ser em Tecnologia, Engenharia, Física, Matemática ou Estatística.

4 – Analistas de crédito: Esses profissionais são responsáveis pela análise de balanço e a saúde financeira da empresa que deseja contrair crédito, identificando a viabilidade da operação, bem como suas garantias e riscos. Eles atuam principalmente quando o mercado sinaliza a retomada das atividades comerciais e as empresas sentem necessidade de aumentar o seu fluxo de caixa. A formação desses profissionais é em Administração, Economia, Contabilidade, Engenharia, etc.

5 – Analistas de Compliance: São profissionais responsáveis por validar se todas as operações da companhia estão sendo realizadas de acordo com leis e regulamentos externos e internos, se estão dentro das normas técnicas exigidas e também se realizam operações respeitando os acordos internacionais no caso de operações binacionais.  Eles estão em alta em consequência do aumento das regulamentações e normativas estabelecidas por órgãos reguladores. São profissionais com formação em Economia. Direito, Engenharia, etc. (BOTTONI, 2017)[i].

Além das áreas listadas acima, cabe ressaltar também que profissionais com cursos técnicos diversos são sempre buscados no mercado porque há uma enorme demanda por profissionais de nível técnico, demanda essa em torno de milhares de vagas todos os anos (GUIA DA CARREIRA, 2017[ii]).

O que os dados contemporâneos nos mostram, no mundo empresarial, é que a inovação traz novos produtos de alto valor tecnológico agregado, aumentando a automação, através do uso da robótica, por exemplo. E isto vai aumentar cada vez mais nos próximos anos. E que isso nos trará de novidade? Um aumento do desemprego entre aqueles que não são especialistas.

O mercado de trabalho terá vagas crescentes para os profissionais especializados e para os profissionais de serviços gerais, diminuindo as possibilidades para aqueles que não se especializaram em nada e nem aceitam trabalhar em serviços gerais que exigem um nível de instrução mais baixa, nível de educação fundamental e média apenas. O profissional de serviços gerais sempre terá lugar no mercado de trabalho, mesmo que seja para um trabalho na economia informal, que geralmente cresce muito nos tempos de índice de desemprego alto.

E o que fazer para mudar este quadro? Enquanto pessoas em formação, como podemos nos preparar para chegar ao mercado de trabalho em condições de exercer uma ocupação, um trabalho, uma atividade empreendedora e termos chances de sermos bem-sucedidos? Em quais cursos de formação profissional investir hoje para termos um trabalho bem remunerado amanhã?

São perguntas que muitos jovens fazem hoje. Claro que as respostas não são tão evidentes, exigem uma dose de autoconhecimento grande, exigem vontade e disponibilidade para aprender e para trabalhar. Porque sucesso sem trabalho não existe.

Nos capítulos seguintes apresentamos algumas ideias e ações que podem ajudar os jovens a se tornarem protagonistas do desenvolvimento pessoal e coletivo e, principalmente, tornarem-se protagonistas do futuro.


[i] BOTTONI, Fernanda, Profissionais em alta em 2017. http://www.vagas.com.br/profissoes/acontece/no-mercado/8-profissionais-que-estarao-em-alta-em-2017/, 2017 (Acesso em 07/09/2017).

quinta-feira, setembro 21, 2017

OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRA 3

3 – PROFISSÕES EM DESTAQUE (nos próximos anos)

Vários analistas de mercado costumam publicar listas de profissões que estão em alta e/ou estarão em destaque nos anos vindouros. Este é um exercício de prospecção que considera tendências baseadas nas informações colhidas em dados atuais das empresas, que podem sofrer variações dependendo das oscilações imprevistas do mercado de trabalho. E estas imprevisibilidades são reais.
No entanto, podemos utilizá-las desde que saibamos que elas não são tão precisas assim. Colocamos essas profissões de maiores destaques em sete (7) grupos ou áreas afins, baseado em análises de publicações como, por exemplo, da revista Exame (PATI, 2016)[i]. Esses grupos ou áreas afins são:
1.      Ambiental - a engenharia ambiental deve se firmar com uma das carreiras do futuro, de acordo com grande parte dos especialistas em mercado de trabalho. A preocupação com o impacto no meio ambiente, tanto no setor da construção civil, como no setor industrial faz com que sejam necessários profissionais com conhecimento na área ambiental. Outra profissão intimamente ligada à questão ambiental é a gestão de resíduos. A produção do lixo pela indústria, que ganha o foco da mídia e da opinião pública, alinhada às políticas de governança gera demanda por este tipo de profissional. É preciso pensar não só em reciclar, mas também em diminuir a produção e o impacto dos resíduos. A formação do gestor de resíduos vai depender do tipo de indústria. Engenharia ambiental, engenharia química, biologia são algumas das áreas de formação adequadas para quem deseja seguir neste ramo.

2.      Sustentabilidade - Sustentabilidade é a palavra chave para o profissional de ecorrelações. Há boas oportunidades de trabalho para quem reúne conhecimento técnico ambiental (nível médio ou engenharia ambiental), conhecimento sobre a legislação do tema (direito ambiental) e também quem seja bom em comunicação.  São profissionais que se comunicam com grupos de consumidores, órgãos governamentais e outras empresas. O profissional de sustentabilidade fica dentro da empresa e está em diálogo constante com os engenheiros ambientais, que são os profissionais que vão, efetivamente, a campo.

3.      Bioinformação (genética) - Profissionais que mesclem informação genética e a elaboração de remédios são tendência no futuro. Este profissional é um cientista que trabalha com informação genética fazendo a ponte entre técnicas clínicas e desenvolvimento de medicamentos. É uma profissão ligada à inovação e também à macrotendência de envelhecimento da população. Formação em medicina e especialização em farmácia ou graduação em farmácia e pós em medicina são as combinações de estudos adequadas para o exercício desta profissão. Pesquisa e desenvolvimento na área de biotecnologia é também uma das apostas. O Brasil tem hoje um celeiro grande de profissionais na área farmacêutica.

4.      Telemedicina - A busca pela inovação e o aumento da expectativa de vida da população trarão destaque aos profissionais da telemedicina. Este profissional faz parte de uma equipe que oferece diagnóstico e tratamento para os habitantes de áreas mais remotas. Trata-se de uma alternativa para carência de profissionais de saúde em áreas mais remotas do Brasil, pois a telemedicina permite que pessoas tenham acesso a diagnósticos sem estarem no mesmo local que a equipe médica.

5.      Gestor de qualidade de vida - Mapear riscos de problemas de saúde que colaboradores podem desenvolver e melhorar as condições do ambiente de trabalho - promovendo a busca pelo equilíbrio entre a vida pessoal e profissional - é função do gestor de qualidade de vida, uma das profissões do futuro. Já existe esta preocupação dos profissionais de recursos humanos com a qualidade de vida, mas no futuro haverá mais investimento nisso por parte das empresas. A formação acadêmica pode ser abrangente, porque o que vai fazer a diferença na hora de garantir uma oportunidade como gestor de qualidade de vida é a experiência.

6.      Conselheiro de aposentadoria - Se a expectativa é que as pessoas vivam mais, esta é outra profissão deve se destacar a partir desta macrotendência. O conselheiro de aposentadoria é um profissional com habilidades de contabilidade, finanças e de gestão de carreira. É responsável por ajudar a planejar a aposentadoria, do ponto de vista financeiro, de plano de saúde e também faz o planejamento de uma segunda carreira já que as pessoas estão vivendo mais.  Formação em administração, contabilidade, economia e especialização em gestão de carreira são boas maneiras de se preparar para esta demanda.
Além dessas acima, outras também podem ser consideradas profissões em destaque para os próximos anos. Por exemplo: engenharias civil, hospitalar e de petróleo e energias; gestores de treinamento, de coordenação de força de trabalho, de marketing e gestores de comunidade de prática, etc.
E os profissionais com formação em cursos técnicos de nível médio e pós-médio continuarão em destaque, sempre.
Portanto, façam suas escolhas.



[i] PATI, Camila, 20 profissões do (e com) futuro, segundo especialistas. http://exame.abril.com.br/carreira/20-profissoes-do-e-com-futuro-segundo-especialistas/ Acesso em 20/08/2017.

OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRA 2

2 – EMPREGABILIDADE HOJE

As oportunidades de trabalho oferecidas pelo mercado sempre foram, e sempre serão, oscilantes. Tudo depende, lógico, da variabilidade, cíclica, da economia do país e do mundo, em geral interligadas, além de outros fatores. Se hoje estamos vivendo momentos difíceis com um mercado de trabalho em retração, economia em recessão, sabemos que historicamente já vivemos dias melhores, outros piores, e certamente voltaremos aos máximos dessa curva no futuro. Sempre foi assim.
Isto não quer dizer, no entanto, que os altos e baixos sejam sempre tão elevados. Mas acontece, às vezes. Vivemos, no Brasil, períodos em que a média de salários e renda da população trabalhadora apresenta bons números e outros períodos em que esta média está mais baixa.
Segundo o portal de notícias da Globo, analisando dados do IBGE (SILVEIRA, 2017)[i], o salário médio mensal do brasileiro reduziu em 3,2% em 2015, sobre os valores em 2014.

Valores parciais divulgados posteriormente a 2015 mostram uma queda ainda maior nos salários médios da população trabalhadora. E acreditamos que em 2017 esses valores estejam ainda menores. Referimo-nos aqui a salários médios pagos a trabalhadores com carteira assinada.
No quadro a seguir listamos os valores médios dos salários praticados no Brasil, hoje, após uma análise dos valores apresentados no portal da Catho, uma das maiores agências de emprego do Brasil, acreditando que os valores apresentados nesse portal estejam bem próximos da realidade.

Quadro – Salários médios praticados no Brasil em 2017

NÍVEL DE INSTRUÇÃO
SALÁRIOS MÉDIOS (R$)
MÉDIO
1.500,00
TÉCNICO
2.500,00
SUPERIOR (cargos administrativos, advogados)
2.500,00
SUPERIOR (área financeira)
3.500,00  -  4.000,00
SUPERIOR (médicos, engenheiros)
6.000,00  -   7.000,00
SUPERIOR (diretores executivos)
15.000,00  - 20.000,00
SALÁRIO MÉDIO no Brasil em 2015 - (IBGE)
1.853,00

Fonte: Análise do autor considerando dados publicados no portal https://www.catho.com.br/ (Acesso em 15/08/2017)[ii].
  


[i] SILVEIRA, Daniel. Salário médio mensal do brasileiro teve queda de 3,2% em 2015, http://g1.globo.com/economia/noticia/salario-medio-mensal-do-brasileiro-teve-queda-de-32-em-2015-aponta-ibge.ghtml. Acesso em 20/08/2017.

[ii] CATHO - https://www.catho.com.br/profissoes/cargo/ Acesso em 15/08/2017.

OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRA 1



1 – INTRODUÇÃO

Durante mais de quarenta anos exerci a profissão de professor em várias instituições brasileiras. Sou físico de formação, Bacharel e Licenciado pela UFMG, Mestre em Física Aplicada pela USP – São Carlos/SP e Doutor em Ciências da Comunicação e Informação pela Université de Bourgogne, em Dijon, França.
Nos últimos vinte e dois anos como profissional da Educação lecionei em uma Instituição Federal de formação profissional tecnológica, onde tive oportunidade de participar da formação de inúmeros engenheiros, professores e mestres em Educação Tecnológica.

Como eu adotava uma linha pedagógica baseada em projetos, creio haver orientado mais de mil projetos de alunos de graduação, especialização lato sensu e mestrado, encaminhando milhares de jovens ao mercado de trabalho.

Toda esta bagagem profissional me capacita a abordar este tema tão importante que é “a escolha de carreiras” pelos jovens em nível escolar médio, técnico e superior. E é exatamente este assunto o tema central deste texto: como ajudar os jovens a fazer escolhas sobre formação, profissão e trabalho na atual conjuntura e estrutura dos mercados, das empresas e dos negócios, com um pensamento no futuro.

Muitas perguntas passam pela mente dos jovens com relação a formação e profissão. Que cursos escolher? Como estão o mercado de trabalho e as oportunidades para esta formação escolhida? Quais são as tendências deste mercado? Conseguirei trabalhar na área que escolho hoje? 
O que estarei fazendo daqui dez anos?

O objetivo deste texto é trazer algumas respostas, mesmo que provisórias, já que o exercício de futurologia ou prospecção não é uma ciência, apenas uma análise dos dados da atualidade nas questões de empregabilidade, trabalho e empreendedorismo.


segunda-feira, julho 10, 2017

JOVENS E ESCOLHA DE CARREIRAS (I)


Em meu trabalho na Analema Consultoria Ltda tenho conversado muito com jovens estudantes de Ensino Fundamental e Ensino Médio sobre as carreiras hoje, evolução das carreiras e, principalmente, como fazer escolhas coerentes e acertadas. Visito escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio fazendo palestras e orientando professores e alunos em desenvolvimento de projetos diversos, em uma área de atuação que denomino de Coaching Educacional.

Claro que, em nosso mundo mutante de hoje, não é mais possível definir uma carreira com anos de antecedência, como se fazia antigamente. Isso porque as profissões mudam, as habilidades e competências necessárias para o exercício de uma profissão mudam com o tempo, de modo que é difícil prever que será exigido de determinado profissional nos dias de amanhã.

Por exemplo, anos atrás um técnico em mecânica deveria dominar bem o uso de ferramentas da área, como torno mecânico, solda, etc. Hoje em dia o trabalho desse profissional exige conhecimentos de linguagens de informática, inglês, etc., uma vez que o trabalho está cada vez mais automatizado.

Então sempre começo enfatizando três ações absolutamente necessárias para o protagonismo juvenil, ações estas que ajudam muito a fazer escolhas adaptadas aos sonhos dos jovens de ter uma carreira produtiva, provedora de suas necessidades básicas e flexível, como deverão ser as carreiras de amanhã. São elas:

1. Ter domínio das linguagens de comunicação. Entre essas linguagens de comunicação destacam-se: domínio de língua portuguesa para facilidade de redação, leitura e conversação; fluência, no mínimo em nível básico, em pelo menos uma língua estrangeira (inglês e espanhol encontram-se na preferência do mercado, no Brasil); facilidade em ferramentas de informática, afinal a comunicação hoje passa pela internet; e eu acrescentaria domínio operacional de Matemática (é também uma linguagem).

2. Ter domínio das disciplinas escolares, e expertise nas de sua preferência. Isso não quer dizer que é preciso ter nota dez em todas as disciplinas. A importância de um bom currículo escolar é relativa para muitas profissões. No entanto, sugiro aos alunos que criar expertise em algumas delas, as de sua preferência, é muito bom na hora de fazer escolhas. Pois as escolhas devem ser feitas naquela área em que somos bons. Então, a pergunta é: eu sou bom em quê? E é exatamente na escola que começamos a moldar nossas preferências.

3. Ter domínio do uso de ferramentas e técnicas. Esta terceira ação é pouco explicitada pelos orientadores vocacionais, uma vez que a preferência das pessoas sempre recai em carreiras mais acadêmicas e pouco técnicas. No entanto, uma das coisas mais requeridas em qualquer profissão é a habilidade em fazer medidas e saber interpretá-las. Mesmo em Ciências Humanas se faz medidas, como medidas de opinião, de preferência de marcas, etc. E consegue melhor avaliar as inúmeras situações possibilitadas pelo mercado quem sabe fazer medidas e saber compará-las.

Resumindo rapidamente essa primeira abordagem na questão de jovens e escolha de carreiras, aconselho essas três ações listadas acima, que ajudam muito na escolha de uma careira entre as muitas possibilidades ofertadas pelo mercado, mesmo em tempos de crise: domínio de linguagens, tornar-se bom em algumas atividades, e saber lidar com ferramentas e medidas.

sexta-feira, junho 02, 2017

PADRÕES ÉTICOS E DEONTOLÓGICOS EM COACHING

Master Coach Senior Paulo Cezar S. Ventura, D.Sc
Master Coach Senior Fátima Sobral Fernandes, D.Sc


Este texto foi produzido a partir de uma reflexão mútua sobre nossa experiência em peer coaching por termos sentido necessidade, desde nossa formação conjunta em master coaching, de interagirmos no papel de interlocutores privilegiados para que pudéssemos trocar ideias e aprofundar nosso aprendizado diante da realidade de nossos coachees.

Trata-se de abordar algumas questões relacionadas à ética, à moral e à deontologia específica, muitas delas referentes à regulamentação e ao código de conduta do exercício profissional.  Desde já fica o convite para que cada um dos leitores deixe seus comentários e contribuições a cerca de tema tão complexo e polêmico.

Ética profissional

Na maioria das cerimônias de formatura, assiste-se a um juramento dos formandos, momento em que eles declaram suas disposições de seguir certos padrões de conduta no desenvolvimento da profissão. Pelo menos o que afirmam naquele momento é um resumo, em poucas palavras, do que se espera dos formandos no exercício profissional ao qual ingressam a partir daquele dia. Passada a festa, o que acontece, de fato?

Cabe aqui, preliminarmente, definir a diferença entre ética, moral e deontologia.  Ética é a ciência da moral, isto é, uma disciplina filosófica que tem por objeto de estudo os julgamentos de valor na medida em que estes se relacionam com a distinção entre o bem e o mal.  Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa “propriedade do caráter”.  Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo.

Moral, por sua vez, trata dos costumes e dos deveres do homem para com o seu semelhante e para consigo mesmo. Ela varia de sociedade para sociedade e ao longo do tempo em função das permanentes mudanças sociais.

Deontologia, entretanto, é o conjunto de deveres impostos a certos profissionais no cumprimento da sua função, como, por exemplo, a deontologia dos médicos ou a dos jornalistas, uma espécie de moral específica. Assim, código deontológico é um conjunto de critérios de decisão para bem agir profissionalmente.

Na verdade, a tão mencionada ética profissional está associada a um código deontológico, isto é, a um conjunto de valores e normas de comportamento e de relacionamento ao qual o profissional, recém formado ou não, deve seguir, por princípio.

Valores são escolhas pessoais, sem dúvida, sobre como se comportar.  Espera-se, entretanto, que os profissionais tenham valores e virtudes que os coloquem dentro de padrões morais  esperados no trato com a sociedade e  outros valores e virtudes específicos relacionados aos padrões de conduta de cada profissão.

Ter uma boa conduta profissional é ter sabedoria para construir boas relações no ambiente de trabalho, com pares, chefes e subordinados e com clientes diretos e indiretos. É também contribuir para a formação de uma imagem positiva da instituição na qual trabalha ou é associado perante todos os stakeholders, bem como contribuir com responsabilidade social para legitimar a atuação de sua categoria profissional.

Bons ambientes de trabalho, onde as relações são éticas, elevam o nível de confiança entre as pessoas, o que reflete diretamente nos índices de qualidade e produtividade de todos. Desnecessário dizer que comportamentos antiéticos prejudicam o clima de trabalho e o rendimento de pessoas e equipes.

Pautar sua prática pela boa conduta profissional de sua categoria significa também construir relações de boa qualidade dentro e fora do ambiente de trabalho, difundir confiança, alcançar resultados concretos nos projetos e ter maior probabilidade de conquistar sucesso no desenvolvimento da carreira.

Alguns dos principais valores que ajudam os profissionais a ter êxito e conquistar a confiança dos clientes, são:

  1. Respeito: Respeitar para ser respeitado é premissa básica. Valorizar o ser humano acima de tudo e apostar em seu melhor, qualquer que seja sua raça, credo, gênero ou qualquer outra característica. Acolher sua condição existencial para apoiá-lo a promover a mudança que desejar. Respeitar a  hierarquia na empresa, o trabalho dos colegas sem interferir negativamente no ambiente é sempre uma boa regra.
  2. Honestidade: Falar a verdade e assumir a responsabilidade pelos próprios erros e falhas, o que ajuda a aprender com os erros ao invés de procurar possíveis culpados invisíveis.
  3. Confidencialidade: Garantir que o resguardo das informações recebidas pessoalmente em confiança seja mantido e elas protegidas contra a sua revelação não autorizada. Algumas informações do ambiente de trabalho são sigilosas e é fundamental que esta condição seja respeitada.
  4. Imparcialidade: Diferenciar as relações pessoais das profissionais, julgando com isenção e senso de justiça, nunca tomando partido em situações conflitantes sem a devida análise, baseada em fatos e dados, e nunca com base em afinidades pessoais.
  5. Prudência: Prever e procurar evitar inconveniências e perigos agindo  cautelosamente, com ponderação e sensatez ao tratar de assunto delicado ou difícil.
  6. Diligência: Mostrar interesse cuidadoso aplicado na execução, com presteza, de uma tarefa.
  7. Paciência: Manter brandura, suavidade e generosidade na maneira de expressar-se;
  8. Humildade: Reconhecer seu espaço e papel dentro da organização e estar atento aos seus limites e possibilidades.

Algumas profissões têm conselhos de representação que criam códigos deontológicos em sua área de atuação. Exemplos muito conhecidos são a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), bem atuantes nessas profissões.

A importante função desses códigos deontológicos é padronizar procedimentos operacionais e condutas de comportamento gerando segurança nos profissionais e nos usuários dos serviços.

No caso de empresas e organizações, os padrões éticos e profissionais são, em geral, ditados pelo senso comum e pelos códigos de ética e conduta institucional de suas associações, federações e confederações como CNA, CNI, CNT, entre outras...

O senso comum funciona muito bem no caso da maioria de empresas pequenas, mas as grandes empresas adotam um código de conduta organizacional para padronizar procedimentos de trabalho e estabelecer regras e valores de forma igualitária em todas os seus departamentos e seções. Em algumas empresas, há até canais de comunicação entre os diversos setores em que se pode até mesmo fazer denúncias anônimas sobre condutas antiéticas e descumprimento de normas dentro do ambiente de trabalho e fora dele.  As grandes empresas tem também criado o canal ombudsman de comunicação direta com os clientes, para, entre outras funções, receber denúncias de desrespeito à ética na relação com qualquer dos stakeholders.

No Brasil contemporâneo, assiste-se o preço que está sendo pago por diversas instituições por terem rompido seus códigos de boa conduta profissional e institucional.  Em uma breve pesquisa em buscadores na internet, verifica-se que as Confederações Nacionais Empresariais estão atualizando ou mesmo criando seus códigos de conduta recentemente.  E o que ocorre no âmbito da profissão de coach neste campo?.

A regulamentação da profissão de coach e seu código deontológico

O coaching entrou devagarinho no Brasil e teve um grande crescimento nos últimos dez anos. É uma das profissões que mais cresce no país e escolas de formação de coaches surgem todos os dias.

A profissão de coach não é regulamentada em nenhum lugar do mundo por uma série de razões, entre elas, por ser multidisciplinar e usar técnicas e procedimentos de várias ciências e tecnologias, desenvolvidas originalmente  por outras profissões. Por ter várias abordagens diferentes e vários segmentos de atuação que requerem profissionais de diferentes formações, com seus códigos deontológicos específicos, fica difícil regulamentar a profissão sem deixar algumas nuances e abordagens de fora.
A formação de coach caracteriza-se por ser independente, de caráter livre e profissionalizante, sendo os seus profissionais formados por Escolas e Institutos independentes, não vinculados ao sistema educacional supervisionado pelo MEC.
Apesar de manter interfaces com várias profissões pela utilização de conhecimentos filosóficos e científicos comuns a diversas áreas do conhecimento é, em algum momento, tratada como área de especialização de alguns profissionais como, por exemplo, os Psicólogos, Educadores Físicos, Nutricionistas, Administradores e Engenheiros. Todavia, não se limita à especialidade de nenhuma delas, constituindo-se em uma atividade autônoma e independente, podendo o profissional ter formação originária diversa.
O coach precisa dominar conhecimentos de filosofia, de sociologia, de psicologia, de administração etc.. Tem por finalidade empoderar sujeitos para apoiá-los na transformação de suas realidades, saindo de um estado situacional para outro desejado, em certo espaço de tempo e a um certo custo financeiro e psíquico, fazendo uso de metodologias oriundas das ciências e tecnologias citadas. Por isso alguns teóricos consideram o coaching uma Tecnologia Social.

Esta pluralidade de atuações requer, ao se pensar em estabelecer um código de regulamentação do exercício profissional, compatibilizar todos os códigos de exercício profissional específicos, já que ser coach é para profissionais com algum grau de experiência anterior em suas profissões, o que remete a uma carreira de especialização e não de graduação em si, o que por si só já relativiza a necessidade de existência desta regulamentação.

O lado negativo da não regulamentação, em qualquer profissão, é a não  existência de um órgão fiscalizador da formação e do exercício profissional, pois há sempre pessoas que sabem tirar proveito das circunstâncias em dado momento em benefício de seus próprios interesses no mercado em que atuam, sem as devidas considerações deontológicas.

Qualquer mercado atrai esse tipo de pessoa que se aproveita da boa fé de outrem que não conhece bem o assunto e que contrata serviço de formação ou especialização profissional apenas por ouvir falar ou pela influência do bombardeio da comunicação digital praticada por alguns desses atores do cenário descrito. E no mercado coaching acontece de modo similar.

Para diminuir o impacto negativo dessas pessoas no exercício profissional, as instituições de formação em coaching e as associações profissionais criam mecanismos de proteção do consumidor por meio de certificações e acreditações de qualidade emitidos por empresas e órgãos independentes e internacionais, como a International Coach Federation, a Global Coaching Community, a International Association of Coaching  e outras. Essas instituições criaram códigos de ética e de conduta profissional e tem canais abertos para clientes insatisfeitos com seus respectivos processos.

Código Deontológico em Coaching

Diante do descrito anteriormente existe um código de conduta profissional para o Coach? Sim, mas não apenas um. Existem vários códigos de conduta a serem seguidos pelos coaches. O de sua profissão original, o da instituição em que se certificou como coach e as leis e regras da sociedade em que vive, afinal, padrões culturais e morais existem em todas as sociedades para permitir um convívio social equilibrado.

Deve-se observar que os códigos de conduta profissional sempre tratam de várias questões importantes tanto profissionais quanto de convívio social. Um código de conduta profissional nunca é completo, sempre há novas questões que surgem na labuta diária, a sociedade se transforma cotidianamente, as profissões se renovam e os códigos de conduta profissional precisam acompanhar essas mudanças.

No entanto, em linhas gerais, mesmo as novidades se encaixam em algumas destas questões já nomeadas. São elas: questões de responsabilidade; questões de competência; questões de exercício profissional; questões de conflito de interesses e questões de disciplina em relação ao código.

O coach deve estar certificado para o exercício da profissão, sentir-se apto para  se autorizar a praticá-la, inicialmente supervisionado por outro coach ou, em outros momentos, quando os casos de seus coachees assim requererem, e se sentir capacitado a utilizar todas as ferramentas cabíveis em sua especialização.

As principais instituições formadoras e certificadoras do mundo preconizam certas diretrizes deontológicas que reúnem valores como os já citados anteriormente, bem como normas de conduta do coach com relação à sua atuação profissional, condizentes com as questões enumeradas acima. Entre estas normas de conduta destacam-se as seguintes:

  1. Respeitar as Afirmações Universais de Direitos Humanos, que conceituam a proteção do ser humano no contexto das relações entre o indivíduo e a sociedade.
  2. Respeitar a subjetividade do coachee, seus valores e crenças, suspendendo todo e qualquer julgamento.
  3. Buscar o bem comum e contribuir com serviços de excelente qualidade para o fortalecimento e o desenvolvimento saudável das pessoas e da sociedade..
  4. Utilizar procedimentos que despertem realizações pessoais e profissionais e resultados positivos, promovendo a melhoria da qualidade de vida humana e organizacional dentro de seu campo de competência.
  5. Sugerir outras abordagens profissionais para solução de problemas específicos não competentes à função do coach.
  6. Manter sigilo e confidencialidade sobre toda informação obtida em processos de coaching, reconhecendo que são propriedade do cliente e que, para ser utilizada, se faz indispensável seu consentimento.
  7. Buscar seu desenvolvimento contínuo, sua constante atualização profissional e evolução pessoal, exercendo a profissão com metodologias e procedimentos de desenvolvimento multidisciplinares adequados a cada caso.
  8. Assegurar uma colaboração harmoniosa e confiável com os seus clientes. A colaboração tem de ser uma decisão livre do cliente desde a concordância mútua dos objetivos até estes terem sido concretizados.
  9. Aceitar apenas tarefas para as quais têm conhecimentos e experiências profissionais necessárias. Caso ocorram situações especiais em que a competência do coach não seja suficiente, solicitar o apoio de um colega ou recomendar a ajuda de um especialista.
  10. Informar imediatamente os seus clientes quando se tornar ciente de algum conflito de interesses diretamente relacionados ao coachee ou à empresa onde trabalha.
  11. Encerrar o processo de coaching quando houver ameaça de existir envolvimento em atividades ilegais.
  12. Recorrer à mediação de terceiros, coaches ou instituições experientes, ou ainda a justiça, no caso de conflitos entre envolvidos nos processos, após tentativas de acordos amigáveis.
  13. Respeitar os direitos de autor quanto às ideias e às publicações de colegas e só usar estes materiais indicando as fontes.
  14. Acordar pagamentos e honorários, antes de começar o processo de coaching, adequados ao serviço prestado e à sua competência profissional.
  15. Abster-se de usar publicidade desleal e enganosa. Apresentar suas qualificações correta e honestamente considerando a sua experiência e competência.

Para elaborar este texto, foi realizada pesquisa sobre códigos deontológicos em coaching existentes em língua inglesa, francesa, espanhola e portuguesa. Foram encontrados diversos códigos desenvolvidos por associações ou federações profissionais nacionais e internacionais e por escolas de formação com o intuito de disciplinar a prática profissional como apresentado anteriormente.

Pela complexidade do exercício dessa profissão, esses códigos também apresentam restrições identificadas pelos coaches que enfrentam conflitos éticos e a eles recorrem para resolvê-los. Encontra-se, nos achados da pesquisa, referência a três tipos principais de restrições: o código não apresenta aspectos relevantes que ajudem a resolver o conflito enfrentado, o código tem falhas ou o código é um obstáculo para a ética do coach.

A legitimidade subjacente, eficácia e questões de valor mostram que os códigos não ajudam a resolver todas as situações ou não orientam a todos os praticantes. Recomenda-se, então, que a leitura deste artigo seja de orientação, sem caráter normativo, para melhor refletir sobre a natureza subjetiva e social do coaching e orientada para o valor do processo de reflexão sobre dilemas éticos relacionados ao exercício profissional.

Em particular, sugere-se usar um tom interrogativo e realizar mais estudos de caso sobre o tema pois, como pode ser percebido, o assunto é complexo, ainda que se recomende assumir os compromissos firmados na formação, assim como os recém formados o fazem em sua  formaturas de fim de curso.

ALGUMAS REFERÊNCIAS

-Allan J., Passmore J., Mortimer L. (2011). Coaching ethics: Developing a model to enhance coaching practice. In Passmore J. (Ed.), Supervision in coaching: Supervision, ethics and continuous professional development (pp. 161-173). Philadelphia, PA: Kogan Page.
-Bolton G. (2001). Reflective practice writing and professional development. London, England: Chapman.
-Diochon, Pauline F. and Nizet, Jean. Ethical Codes and Executive Coaches.