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segunda-feira, julho 01, 2013

10.000 horas de PRÁTICA


Segundo Anders Ericsson, leva-se dez mil horas de prática deliberada para se tornar um verdadeiro especialista em alguma coisa específica. então, comece cedo. 

APRENDIZAGENS




Aprendi o significado de ouvir, de tanto ouvir pessoas e suas histórias;
aprendi o significado de cuidar, cuidando do pai em sua lenta recuperação;
aprendi o significado da paciência, buscando-a no deserto das horas quietas;
aprendi o significado do silêncio, nas noites de grilos e galos cantando;
aprendi o significado da serenidade, espreitando mudanças nos comportamentos, meus e alheios;
aprendi o significado de aprender, 
meditando entre o fenômeno e suas explicações técnicas, 
ensaiando a compreensão de seus modelos, sintetizando que a teoria na prática é a mesma coisa.

segunda-feira, junho 24, 2013

Física no Ensino Médio




"As aulas de Física (no Ensino Médio) mataram meu sonho de ser astronauta" (Juliana Ribeiro, jornalista).

quarta-feira, março 13, 2013

540 ANOS DEPOIS ...

... Copérnico ainda vive.

http://www.actualitte.com/patrimoine/le-clin-d-oeil-de-google-a-nicolas-copernic-ca-tourne-40416.htm

quarta-feira, março 06, 2013

SEJA VEGETARIANO POR SUA CONTA E RISCO, MAS NÃO IMPONHA A OUTROS


A revista Claudia de fevereiro tinha uma entrevista comigo sobre meu trabalho com Karina Fonseca-Azevedo mostrando que passar a cozinhar alimentos pode ter sido fundamental para a evolução humana. No meio da entrevista, sobre a pergunta "vegetarianos têm mais chances de ter boa memória, bom raciocínio e um cérebro mais ativo do que pessoas que comem carne?", respondi "Não. Vegetarianos têm grandes chances de não ingerirem quantidade suficiente de proteína, o que faz falta para a manutenção do bom funcionamento do cérebro. É fundamental ingerir proteínas suficientes, sobretudo no início da vida, quando o cérebro está em desenvolvimento. Crianças, e muito menos bebês, não devem ser submetidos a dietas vegetarianas por seus pais, e se forem, é preciso haver acompanhamento médico estrito para assegurar que não há deficiência nutricional e calórica. Impor uma dieta crudívora a um bebê humano ou criança é, no meu entendimento, uma temeridade. Esse tipo de restrição alimentar deve ser feito somente por adultos sob sua própria conta e risco, e sem impô-lo a terceiros."

A polícia proselitista de plantão, leia-se o médico Eric Slywitch, diretor da Sociedade Vegetariana Brasileira, pediu minha retratação, e conseguiu espaço no próximo número da revista, cuja diretoria, acabei de saber, resolveu fazer uma matéria sobre vegetarianismo.

Respondi à Claudia, sobre o pedido de retratação, que ""Ratifico minha posição na entrevista concedida à CLÁUDIA. A dieta vegetariana não é necessariamente prejudicial, mas PODE ser prejudicial se não incluir fontes suficientes de proteína. Médicos, naturalmente, sabem julgar e recomendar uma dieta vegetariana adequada para uma criança; leigos, no entanto, muitas vezes não saberão fazer isso. Recomendo cautela e acompanhamento médico, portanto, antes de impor uma dieta vegetariana a uma criança ou, sobretudo, bebê". (ênfase no IMPOR, por favor, porque é isso que os pais fazem, por pura ideologia!!!)

Saco. "ismos" são um saco. Acho que todo mundo (leia-se cidadãos adultos) deve ter o direito de escolher o que quer comer, se quer temer ou adorar algum Deus e qual, por que time de futebol torcer, e deve esperar ter seu direito respeitado. Mas impor isso aos outros, ou ficar explicando "por que o meu -ismo é melhor do que o seu", é arrogantemente ignorar o direito dos outros de escolher diferente.

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

OS CINCO PASSOS DE UM BOM PROJETO


Considero que os cinco passos importantes para o desenvolvimento de um bom projeto, em qualquer área do conhecimento humano, seja, resumidamente:
1 - ter uma boa ideia; 
2 - colocá-la no papel; 
3 - colocá-la no papel certo (ou seja, no formulário adequado para se obter aprovação e financiamento), até aqui é a fase de planejamento;
4 - desenvolver o projeto, arregaçar as mangas e seguir os passos do planejamento (fase de execução do mesmo); 
5 - contar para todo mundo, ou seja, publicar relatórios (parciais e finais), publicar artigos, apresentar em feiras, congressos, etc.

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

SBlogI: Biologia de sistemas: Desenvolvendo a "tabela peri...

SBlogI: Biologia de sistemas: Desenvolvendo a "tabela peri...: Conceito de uma tabela periódica para redes biológicas de regulação. Paralelo entre os elementos químicos que compõem a tabela periódic...

Conocity, ciudad del conocimiento

Conocity, ciudad del conocimiento

Oito motivos para as mulheres salvarem o mundo


Um mundo sustentável só será possível com a participação das mulheres e dos valores femininos, conforme teses do ecofeminismo e de grandes pensadores da Ecologia Profunda, como Fritjof Capra. Saiba por que precisamos mais do que nunca das mulheres.
1. Grande ocularÉ fato que as mulheres dão conta de várias tarefas ao mesmo tempo, enquanto os homens se concentram, mais profundamente, em uma de cada vez. Dizem que a nossa visão é como as lentes grandes oculares das máquinas fotográficas: captam o todo. Pois é basicamente essa a compreensão que faltou à sociedade mundial durante o último século, quando não se pensou nos efeitos do seu crescimento para o ambiente, ou seja, o todo!
2. Menos competição, mais cooperaçãoBuscar o bem-estar coletivo em vez de desejos individuais é um passo essencial para  frearmos a exploração de recursos naturais e todos os outros tipos de exploração. Isso porque quem explora só pensa em si mesmo, enquanto a mulher pode ensinar a sociedade a pensar no outro. Afinal, desde a época das cavernas, ela está acostumada a pensar nos filhos e ser generosa enquanto o homem, que ia à caça nas selvas, precisava mesmo ser egoísta e competidor. “Uns pelos outros” em vez de “cada um por si” e o trabalho finalmente enobrecerá o homem – e a mulher!
3. Não é força, é jeito!Para a mulher, é óbvio que a forma influencia o conteúdo. Nunca um cumprimento de “bom dia” será a mesma coisa se ela  passa ora cabisbaixa, ora sorridente. E é preciso muito jeitinho para avisar ao mundo de que todos temos de rever nossos hábitos e, especialmente, nossa consciência. Porque a forma da mensagem é mais importante do que nunca, esse chamado é feminino.
4. Sensível demais!Sabe aquela inteligência feminina? Que percebe além da razão, decide independentemente da lógica, age sem calculismo? Isso é sensibilidade. E vai muito bem nessa época em que o mundo experimenta uma crise ambiental inédita: talvez o pensamento racional não tenha todas as respostas para ela, por isso precisamos de uma sociedade mais disposta e confiante na sensibilidade. Ela pode nos reconectar à natureza e nos levar mais longe.
5. A vida começa dentro delasDependemos das mulheres para iniciar a vida; mas para mantê-la dependemos dos outros filhos da Mãe Natureza. Não há ninguém mais competente que as mães para levar à nossa sociedade moderna essa noção de cuidado com a vida, em todas as suas formas.
6. Sem machismos, sem feminismosAo contrário de uma disputa entre os sexos, o que o mundo sempre precisou – hoje, mais do que nunca – é que masculino e feminino ajam na vida social como agem na vida pessoal: se completando. As decisões de uma liderança feminina equilibram o pensamento masculino. Não por acaso, essa é exatamente a mesma coisa que se pede para o meio ambiente: equilíbrio.
7. Precisamos cuidar da casaEstamos trabalhando cada vez mais e acabamos não dando atenção à qualidade do ambiente em que vivemos. Que tal dividir as tarefas? Todos nós, homens e mulheres, precisamos cuidar mais da nossa casa: o planeta. O homem pode começar dando mais atenção a tarefas domésticas, enquanto a mulher deve achar um tempinho para integrar movimentos locais por melhorias em seu bairro, seu transporte, as leis da sua cidade ou mesmo para exigir alimentos livres de agrotóxicos na feira da região. Agindo localmente e pensando globalmente, é possível sim dar um jeito na casa.
8. Trabalho de macho? Não, de fêmea!Apesar de as mulheres participarem cada vez mais da sociedade, ainda não se garantiu que os valores femininos chegassem lá nos líderes, para equilibrar decisões importantes. É que a mulher aprendeu a trabalhar com o homem, e cismou que um bom trabalho exige a rigidez e a objetividade masculinas. Pelo contrário! O que precisamos levar de casa é nossa sensibilidade, compreensão do todo, cooperação, cuidado, responsabilidade, atenção à forma de fazer.
Quando a mulher de cada canto põe a mão na massa, é um movimento de massa que chega a todos os cantos do mundo. Motivo não falta.
Ana Carolina Amaral
PARA A SUPERINTERESSANTE

MULHERES RECICLAM MAIS


Pesquisadores da Universidade de Essex, no Reino Unido, entrevistaram duas mil mulheres e homens solteiros e concluíram: elas reciclam mais do que eles. O grupo de estudo também entrevistou três mil casais e mostrou que pessoas que têm parceiros reciclam mais do que os solteiros.
No primeiro caso, 58% dos britânicos fazem a reciclagem do lixo contra 69% das britânicas que dizem reciclar algum material.
No segundo caso, 79% dos casais entrevistados disseram reciclar o lixo que produzem. De acordo com especialistas, os casais têm mais facilidade em descartar corretamente o lixo porque as mulheres ainda assumem a maior parte das tarefas domésticas.
A pesquisa deverá fazer parte do relatório Understanding Society, encomendado pelo Conselho de Pesquisa Econômico e Social, que analisa os hábitos domésticos dos britânicos.
Talvez o resultado não seja assim tão… surpreendente. Algumas teses de pensadores da ecologia defendem que os valores femininos e a participação das mulheres são imprescindíveis para um mundo mais sustentável. Aqui no Ideias Verdes já listamos “Oito motivos para as mulheres salvarem o mundo”.
Você concorda?

quarta-feira, janeiro 30, 2013

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA CHUVA



A Ciência cria modelos de explicação dos fenômenos, sejam eles naturais ou criados em ambientes especiais controlados. Melhor dizendo, os modelos estudam os processos de transformação e/ou interações ocorridas em um ambiente, enquanto a Tecnologia estuda e cria artefatos tanto para validar os modelos como tornar os processos estudados mais eficientes. Se os artefatos criados são dominados pelas organizações sociais, surgem o que chamamos de inovação tecnológica. Essa não é uma argumentação positivista. Vou dar o exemplo da chuva. A chuva é um fato. Chove. Existem vários modelos de explicação para a chuva. Alguns climatologistas tentam explicar a chuva localmente, em microclimas, e desenvolvem modelos para isso. Mas também podemos criar modelos de explicação da chuva como um fenômeno não apenas local, mas global: uma frente fria que vem do sul e paira sobe Minas Gerais é um modelo científico diferente do modelo que a explica apenas localmente. Para explicar esses modelos e melhor conhecer os processos envolvidos no fenômeno chuva criam-se artefatos tecnológicos. Por exemplo, constroem-se balões metereológicos para medir as  transformações e interações entre partículas na atmosfera para melhor entender o fenômeno chuva a nível global, ou inventa-se higrômetros para medir o índice pluviométrico a nível local. Dois modelos científicos de explicação, global e local, duas tecnologias, dois artefatos diferentes, a tecnologia do balão metereológico (esse um artefato) e a tecnologia dos higrômetros (outro artefato, que bem apropriado pelos meteorologistas, tornou-se objeo técnico). Mas também pode-se explicar o fenômeno chuva através do martelo de Thor ou da dança da chuva dos índios. Caímos na mitologia, mas os índios são capazes de argumentar que a dança da chuva é uma tecnologia, é um processo desenvolvido para melhorar a eficiência da transformação de dia seco em dia chuvoso. Ou então bombardear nuvens esparsas na atmosfera com partículas de um certo produto químico com a finalidade de aglutinar o vapor de água presente na atmosfera e fazer chover: outra tecnologia, mais ou menos eficiente que a dança da chuva?

quarta-feira, janeiro 16, 2013

A ciência diz: o livre arbítrio é uma ilusão (e isso não é necessariamente ruim)



Nos anos 60, dois cientistas alemães, Hans Helmut Kornhuber e Lüder Deecke, descobriram um fenômeno que eles chamaram de bereitschaftspotential, uma palavra grande e feia que quer dizer “potencial de prontidão”. Esse é o nome que eles deram pra dizer que nosso livre arbítrio não só é relativo como muito provavelmente falso. Nossas escolhas são muito mais fruto da nossa inconsciência do que qualquer outra coisa. Uma ideia incômoda, mas ao mesmo tempo longe de ser um consenso.

O experimento funcionou assim: os voluntários deveriam mexer os dedos, uma tarefa aparentemente simples e deliberada. O cérebro dos participantes estava sendo scaneado durante essa tarefa e foi exatamente esse eletroencéfalograma que mostrou que até as ações mais simples são motivadas pelo nosso inconsciente: a atividade do córtex motor, área responsável pela movimentação e coordenação motora, diminuía um pouco antes dos dedos de fato se mexerem.

O trabalho foi largamente ignorado pela comunidade científica – muito devido ao seu caráter revolucionário, quase transgressor: quer dizer que nós, humanos, a espécie mais evoluída de todas, não tem poder de escolha? Mas com o passar do tempo e o avanço da tecnologia esse ponto de vista ganhou mais espaço na comunidade científica.

Em 2008, em um estudo publicado na Nature com o título Determinantes Inconscientes de Decisões Livres no Cérebro Humano, ficou provado que a decisão começa a ser formada no cérebro até 10 segundos antes dele tomar consciência disso. Você se prepara inconscientemente pra fazer algo bem antes de sequer se dar conta que está fazendo isso – e bem antes de realizar o movimento de fato. Outros estudos, dessa vez focados na atividade de cada neurônio em vez do cérebro como um todo, mostraram que as células neurais ficavam ativas antes da decisão de apertar um botão, por exemplo. Essa pesquisa conseguiu prever com até 90% de precisão a hora que a decisão seria tomada.
Críticos dizem que o livre arbítrio é muito mais profundo do que os resultados dessas pesquisas nos induzem a pensar. Em vez de mexer dedos e apertar botões, seria necessária a análise de atividades mais complexas. Mas mesmo essas tarefas mais abstratas e intelectuais do que propriamente de movimento não são totalmente espontâneas - elas dependem de coisas como carga genética, experiência, traumas de infância etc. Mas isso não precisa ser ruim. Como o neurocientista americano Sam Harris escreveu em seu livro Free Will (Livre Arbítrio) “Reconhecer que minha mente consciente nem sempre vai originar meus pensamentos, intenções e ações não muda o fato que pensamentos, intenções e ações de todos os tipos são necessários para uma vida feliz”.