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terça-feira, novembro 11, 2008

Sonda Phoenix vê neve cair em Marte


A sonda Phoenix, que explora o solo de Marte, detectou a formação de neve vinda das nuvens do planeta. Os experimentos também mostraram uma interação no passado entre minerais e água em estado líquido, um processo que ocorre na Terra.

A neve foi detectada por instrumentos que usam laser em nuvens localizadas a cerca de 4 km acima de onde a sonda está instalada. Entretanto, os flocos evaporam antes de chegar ao solo.

"Nada como isso havia sido visto em Marte", afirma Jim Whiteway, da York University, em Toronto, um dos líderes de pesquisa da missão. "Nós agora vamos procurar sinais de que a neve chegue até o solo."

Em 18 de setembro, a Folha Online adiantou a descoberta de água líquida em Marte, feita pelo brasileiro Nilton Rennó, também líder de pesquisa da missão da sonda. Para o grupo de Rennó não resta dúvida de que a substância possa ser encontrada no Planeta Vermelho, embora haja outros cientistas que dizem ver apenas "indícios".

Os experimentos realizados na Phoenix também indicam a presença de carbonato de cálcio, elemento presente em esqueletos dos corais e no giz da Terra. Também há indicações de partículas que podem ser argila. "A maioria dos carbonatos na Terra se formam apenas na presença de água líquida", afirma a direção da missão, em nota.

"Nós ainda estamos coletando dados e temos muitas análises pela frente, mas estamos progredindo nas grandes questões que fizemos para nós mesmos", afirma Peter Smith, chefe de pesquisa da Phoenix, no comunicado.

A missão da Phoenix, que começou em 25 de maio e originalmente estava planejada para durar três meses, entrou no quinto mês. Agora, a nave sofre com a queda na energia solar --esse deve ser o motivo para o encerramento dos trabalhos, até o fim do ano.


Até o fim de outubro, não deve haver energia suficiente para o funcionamento do braço robótico da sonda, que faz escavações no planeta. Depois, a Phoenix deve virar "ferro velho" marciano.


Cientistas identificam proteína-chave no controle da cor das flores



Cientistas da Vrije Universiteit Amsterdã, na Holanda, identificaram uma proteína que desempenha um papel importante no controle da coloração normal das pétalas das petúnias. As pesquisas, publicadas na revista "Nature Cell Biology" e que incluem a manipulação dessa proteína-chave nas células das pétalas, podem levar à criação de flores de cores diferentes das naturais.

Os pigmentos da flor se acumulam em um compartimento de células das pétalas conhecidas como vacúolo, mas a simples presença desses pigmentos não basta para gerar as cores rosa e vermelha das petúnias.

Para que as pétalas adquiram essas cores, os vacúolos têm que ser ácidos, já que, com um ambiente alcalino, a coloração é azul.

Os cientistas conheciam alguns fatores que controlam os níveis desses pigmentos, mas até agora não estava claro como era controlada a acidez do vacúolo.

A pesquisadora Francesca Quattrocchio e seus colegas da Vrije Universiteit Amsterdã conseguiram identificar uma proteína chamada PH5, que funciona como uma bomba e gera um ambiente ácido no vacúolo.

As mutações no gene PH5 reduzem a acidez do vacúolo, o que dá lugar a petúnias azuis.

Segundo os pesquisadores, os fatores que controlam os níveis dos pigmentos da flor controlam também a expressão PH5, o que garante uma coincidência entre o pigmento e a proteína que permite seu normal funcionamento.

A capacidade de alterar o ambiente do vacúolo manipulando a proteína PH5 pode servir para criar petúnias com pétalas de cores diferentes das habituais.