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sexta-feira, novembro 25, 2011

LICENCIATURAS EM TOCANTINS

Eu estava em ARAGUAÍNA, norte do estado de TOCANTINS, onde participei de uma mesa redonda, dei uma palestra e um minicurso de 8 horas, na IV SEMANA DE CIÊNCIAS NATURAIS e I FEIRA DE CIÊNCIAS DA UFT. O tema do evento foi, Sociedade, Educação e Meio Ambiente. O Campus Araguaína da Universidade Federal de Tocantins tem cursos de Medicina Veterinária, Zootecnia (graduação, mestrado e doutorado), Letras, Licenciaturas em Física, Química, Biologia, Biologia EAD, Matemática, História e Geografia. Salas cheias. Alguns alunos viajam até 100km todos os dias para assistirem aulas. E com bons professores, muitos com doutorado e vários mestres. Alguns destes cursos são novos, nem formaram a primeira turma. Tudo isso vai fazer uma diferença enorme na educação do estado de Tocantins, inclusive aqui nesse canto da Amazônia legal. E o Estado de Tocantins paga R$3.000,00 de salário aos professores (informação passada por uma professora coordenadora de estágios de alunos da Licenciatura de Biologia e confirmada por uma funcionária da Secretaria de Educação, com as quais conversei sobre a questão).

quarta-feira, novembro 16, 2011

COMENTANDO O ARTIGO DO DIARIO EL PESO

Sobre o artigo "Estranho destino de Nikola Tesla" publicado em Diario el Peso (http://www.diarioelpeso.com), um nota de posicionamento do blog.


Hoje a história da ciência reconhece o papel de Tesla. Mas é preciso reconhecer também a importância de Edson, um visionário. A insistência do Edson com a corrente contínua tinha um lado humanitário pessoal. Ao fazer testes com corrente alternada, seu sócio morreu eletrocutado. Ele perdeu dinheiro, concorrências, inclusive para a empresa do Tesla na iluminação de Chicago, porque não queria colocar pessoas em risco. Esse texto do Diario el Peso é interessante, mas tendencioso nesse quesito.

ESTRANHO DESTINO DE NIKOLA TESLA


Para quem gosta de História da Ciência, um interessante texto do Diário El Peso.

http://www.diarioelpeso.com/anteriores/2011/15112011/TRM_251011_ExtranoDestinoNikolaTesla.php

quinta-feira, novembro 10, 2011

7 BILHÕES DE HABITANTES - 2


Existem mais seres vivos habitando o corpo de uma pessoa (bactérias, fungos, etc.) que pessoas habitando o mundo.

7 BILHÕES DE HABITANTES


Para cada ser humano no planeta existem 7 bilhões de insetos. Ou seja, 7 bilhões ao quadrado é o número de insetos no planeta. Durma com esse pesadelo. Esta noite, treus 7 bilhões de insetos, apenas os teus, veem te visitar.

segunda-feira, novembro 07, 2011

MUSEUS E TÉCNICA



Todo museu é um museu de técnicas, mesmo os 
autodenominados museus de ciência?


OU 


Ou nossos museus, mesmo os museus de ciência, não passam de museus de memória?

EM QUE PENSAM OS FETOS?


Boris CYRULNIK, Les Nourritures Affectives, Éditions Jacob, Paris, 1993.
Capítulo II – À qoui pensent les foetus? Pág.51.

Tradução: Paulo Cezar Santos Ventura 
pcventura@gmail.com

Em que pensam os fetos?

"Para se fabricar uma criança, tomar o sêmen masculino, aquecê-lo no doce fogo do ato sexual, sacudir suavemente, depois esperar que o coalho se solidifique no ventre da mulher, onde se aglomeram suas partículas de matéria viva.

Vocês terão certamente observado que esta receita para fabricar uma criança só pode ser pensada em uma cultura onde se fabricam queijos. A fabricação de queijo serve de modelo explicativo à fabricação de crianças. Vocês constatarão que, aplicando ao pé da letra esta receita, vocês poderão efetivamente fabricar uma criança, tanto as teorias são eficazes, mesmo quando elas são falsas.

Cada cultura inventou suas receitas e funcionam todas. Basta constatar o aumento da população mundial. A analogia entre a fabricação de crianças e a fabricação de queijos foi utilizada para dar forma de recito a uma concepção camponesa da concepção de crianças. O pensamento metafórico permite dar, com imagens, a impressão de compreender o fenômeno. Mas para compreender uma causa será preciso outros métodos. Pode-se imaginar, em nosso contexto cultural, o modelo que criará em nós esta agradável impressão de compreender.

A metáfora do leite coalhado não dirá nada a um Marciano que, como cada um o sabe, se alimenta de aço fundido. A fabricação mítica dos pequenos marcianos será mais bem contada em um recito de fusão do aço, suavemente escorrendo dentro de um alto forno para se misturar às secreções de Titane (a mulher de Titan).

Ainda no mesmo capítulo, na página 53...

Desde Hipócrates, a teoria médica explica a geração como o resultado da mistura de semens. A ausência da observação direta deixa livre curso às mais loucas imaginações. “Quando os dois semens tenham sido lançados, o homem não deve imediatamente se separar da mulher para que não entre ar na matriz e não altere os semens”.

Foi preciso esperar o século dezoito para que alguns médicos parteiros tentassem a descrição da anatomia do feto e seus envelopes. Esta observação direta, esta percepção só tornada possível na Renascença, muda a maneira de se representar a gravidez. O fato de se compreender que as duas vidas, da mãe da criança, são ligadas biologicamente, conduz ao nascimento da teoria dos desejos: “Se uma mulher deseja com um furor cego comer coisas contrárias à sua saúde, e se ela não satisfizer o desejo, a criança nascerá marcada por aquilo que ela teria desejado”."

Como podem observar, o texto é uma agradável alegoria em torno da analogias e metáforas e sobre a observação como metodologia de criação de conceitos e concepções.


MUSEUS E PÚBLICO


Os museus alemães receberam mais de cem milhões de visitantes em 2010: um recorde. E quanto mais majestosa a construção de um museu mais público ele recebe. É assim na Pinacoteca Moderna, em Munique, e no Museu Histórico Alemão, de Berlim, reformados e reinaugurados pelo arquiteto I. M. Pei. Além da espetacularização das exposições parece que assistimos também a espetacularização da arquitetura do museu. 

CONCORDAM COM O AFORISMO?



"O melhor método para se conhecer a cultura científica em determinada época é estudar as obras literárias e/ou publicações não especializadas que se utilizavam do conhecimento científico ensinado nas universidades naquele período"

Ronaldo R. F.Mourão

domingo, novembro 06, 2011

VIVA AOS RECICLADORES



O Brasil recicla apenas 13% do lixo aqui produzido, enquanto os Estados Unidos reciclam 31% e a Alemanha recicla 48%. Do lixo reciclado no Brasil 98% é coletado pelos catadores de rua e não pelas instituições, como acontece em outros países. Daí a importância, em nosso país, do catador de rua, do reciclador. Um viva a eles.



terça-feira, outubro 25, 2011

Além do Big Bang


O universo mutante de Albert Einstein e suas teorias são referências para a compreensão do universo como conhecemos

por Marcia Bartusiak Fonte: National Geographic Brasil

Moonrunner Design
Ilustração que baseia-se na teoria da inflação do universo
Ilustração da teoria da inflação, que descreve como o nosso universo se expandiu e sugere que o mesmo pode ocorrer em outras partes
O dia 29 de janeiro de 1931, o principal físico do mundo, Albert Einstein, e o mais importante astrônomo, Edwin Hubble, acomodaram-se num elegante automóvel Pierce-Arrow para uma visita ao monte Wilson, no sul da Califórnia. O chofer os conduziu pela sinuosa estradinha de terra até as instalações do observatório no topo do monte, 1500 metros acima de Pasadena. Equipado com o mais poderoso telescópio da época, o observatório do monte Wilson era o local dos triunfos astronômicos de Hubble. Em 1924, ele usara o colossal espelho de 100 polegadas do telescópio para confirmar que nossa galáxia era apenas mais um dos incontáveis “universos-ilhas” existentes na vastidão do espaço. Cinco anos depois, após rastrear os movimentos desses discos espiralados, Hubble e seu assistente, Milton Humason, haviam descoberto algo ainda mais assombroso: o universo está se expandindo rapidamente, levando para longe todas as galáxias.
No topo da montanha, naquele ensolarado dia de janeiro, Einstein, então com 51 anos de idade, ficou encantado com o telescópio. Tal como uma criança diante de um brinquedo novo, ele montou na estrutura metálica que suportava o telescópio e começou a examiná-la diante dos olhares constrangidos de seus anfitriões. Também estava presente a mulher de Einstein, Elsa. Ao saber que o gigantesco refletor era usado para determinar a forma do universo, conta-se que ela teria respondido: “Bem, o meu marido costuma fazer isso no verso de um envelope usado”.
Não se tratava apenas do orgulho normal de uma esposa. Afinal, anos antes de Hubble detectar a expansão do cosmo, Einstein havia proposto uma teoria, a da relatividade geral, que explicava o fenômeno. No estudo do universo, tudo remete a Einstein.
Seja aonde for que as observações dos astrônomos os conduzam, elas estão no interior do território delimitado por Einstein, onde o tempo é relativo, a massa e a energia são intercambiáveis, e o espaço se estica e se retorce. Tais marcas são nítidas na cosmologia, o estudo da história e do destino do universo. A relatividade geral “descreve como o nosso universo surgiu, como se expande e qual será o seu futuro”, diz Alan Dressler, dos Observatórios Carnegie. Início, meio e fim – “tudo está ligado a essa idéia majestosa”.
Na virada do século 20, 30 anos antes do encontro de Einstein e Hubble no monte Wilson, a física estava em polvorosa. Os raios X, os elétrons e a radiatividade haviam acabado de ser descobertos, e os físicos começaram a notar que as confiáveis leis do movimento, que remontavam mais de dois séculos até Isaac Newton, não conseguiam explicar de modo satisfatório como essas novas e estranhas partículas se moviam pelo espaço. Foi preciso um rebelde, um jovem ousado que desprezava as formas tradicionais de aprendizado e tinha uma fé inabalável em sua própria capacidade, para abrir um caminho por esse território novo e desconcertante.
Entre os seus dons estava uma poderosa intuição, quase um sexto sentido para vislumbrar o funcionamento da natureza. Einstein pensava por meio de imagens, como esta, que começou a persegui-lo ainda adolescente: se uma pessoa pudesse se deslocar ao lado de um feixe de luz, o que ela veria? Veria a onda eletromagnética imóvel como uma espécie de geleira? “É improvável que algo assim possa existir!”, recordou-se mais tarde o próprio Einstein do que pensara na época.
Aos poucos ele chegou à convicção de que, uma vez que todas as leis da física continuam válidas tanto no estado de inércia como no de movimento constante, a velocidade da luz também deveria ser constante. Ninguém consegue se deslocar à mesma velocidade de um feixe de luz. Mas, se a velocidade da luz é idêntica para todos os observadores, então outro fator precisa ser abandonado: o tempo e o espaço absolutos. Einstein concluiu daí que o cosmo não segue um relógio universal, ou seja, não dispõe de um quadro de referência comum. O espaço e o tempo são “relativos”, fluem de maneira diferente para cada um de nós conforme o nosso movimento.
A teoria da relatividade restrita, proposta por Einstein há um século, também mostrou que a energia e a massa são dois lados da mesma moeda, para sempre associadas em sua famosa equação E = mc2. (E representa a energia; m, a massa; e c, a velocidade da luz.)
Einstein, porém, não ficou satisfeito com isso. A relatividade restrita era justamente isto – restrita. Ela não era capaz de descrever todos os tipos de movimento, como o dos objetos presos à gravidade, a força de grande escala que dá forma ao universo. Assim, dez anos depois, em 1915, Einstein procurou corrigir isso propondo outra teoria, a da relatividade geral, que completava as leis de Newton ao redefinir a gravidade.

Descobrindo a Expansão do Universo

Descobrindo a Expansão do Universo

26 de outubro de 2011 - Prof. Ioav Waga [IF - UFRJ]

A expansão do Universo é uma das descobertas científicas mais importantes do século XX. Frequentemente ela é atribuída a Edwin Hubble que a teria descoberto em 1929. Recentemente alguns autores postaram no arXiv artigos que questionam essa crença, destacam o papel de Georges Lemaître e sugerem que a história dessa descoberta é mais complexa e interessante do que usualmente é difundido. O objetivo desse colóquio é apresentar os argumentos desses (e outros) autores, bem como a sequência dos principais fatos que deram origem a essa extraordinária descoberta. Assista ao Convite à Física ao vivo

Sobre o autor

Ioav Waga é brasileiro nascido em Israel em 1953. Casado com a artista plástica Sandra Felzen é pai de Mateus, Isabel e Tamara. Graduou-se em Física na PUC-RJ, realizou o mestrado no CBPF e doutorou-se no IF-UFRJ. Como cientista visitante permaneceu, de 1994 a 1996, no Fermilab junto ao grupo de astrofísica teórica. Trabalha em Cosmologia buscando entender atualmente, a natureza da matéria e da energia escuras. Página pessoal do autor
ioav@if.ufrj.br

A negligência da comunidadecientífica e os abusos pseudo-científicos (por Daniel Neves Micha)

Caros colegas físicos do Brasil,

Vimos presenciando na mídia de massa uma banalização dos assuntos relacionados à física e às ciências em geral. Comumente, vemos e ouvimos alguém falar da ligação da física (em especial a quântica) com a medicina (cura quântica), com as religiões, com a espiritualidade, etc. Recentemente, tivemos alguns exemplos frustrantes sendo explorados: o filme "Quem somos nós", que relaciona (erroneamente) diversos conceitos do universo quântico com a física do nosso dia-a-dia; o livro "O segredo", que, de acordo com a autora, "cada um contém uma força magnética dentro de si mais poderosa do que qualquer coisa neste mundo emitida por seus pensamentos" e, com isso, afirma que pode atrair coisas boas; as pulseiras "Power Balance", que promete efeitos bioquânticos para gerar "aperfeiçoamento do equilíbrio, ampliação da força central, aumento do alcance dos movimentos e bem estar total" (retirado do panfleto do produto); dentre outros exemplos que poderia citar. Sei que, hoje, com todo o conhecimento que temos, não conseguimos, de fato, refutar todos os argumentos colocados, principalmente pela maioria se tratar de assuntos metafísicos (que, na verdade, não estamos tão interessados em tratar). Mas, sabemos o que não pode ser e podemos ajudar a desmistificar alguns desses absurdos.

Apenas a titulo de informação, uma medida recente tomada pela ANVISA foi proibir a comercialização de 9 nove medicamentos fitoterápicos. Nas bulas e caixas dos remédios deste tipo que ainda não foram comprovados experimentalmente vem um aviso: "PRODUTO EM ESTUDO PARA AVALIAÇÃO CIENTÍFICA DAS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E DA TOXIDADE. O USO DESTE PRODUTO ESTÁ BASEADO EM INDICAÇÕES TRADICIONAIS".

A consequência dessas práticas é que o povo, em sua esmagadora maioria, leigo no assunto, compra as idéias (e os produtos gerados dessas) e solidifica esses conceitos na cabeça. Isso é inevitável, uma vez que o ser humano é curioso e ávido por explicações. Daí, quando alguém com formação e experiência comprovadas no assunto tenta dizer o contrário explicando os conceitos da forma correta, já é tarde, pois ninguém mais acredita (vivi e convivi com essas experiências). Nossa sociedade está alheia à natureza à sua volta e à toda a tecnologia que está em seus bolsos e lares.

No meu ponto de vista, a culpa desses desentendimentos não é da sociedade (leiga). A má fé de alguns grupos de empresários que se aproveitam da ignorância para "fazer" dinheiro (às vezes até inconscientemente) contribui para essa alienação, mas acredito que grande parte dessa responsabilidade é dos profissionais que de certa forma detêm esses conhecimentos, ou seja, NÓS.

De que forma será que podemos contribuir para transformar essa realidade? Publicando artigos em revistas de reduzido acesso? Mantendo as informações sobre nossas pesquisas nos grupos de trabalho dos quais fazemos parte? Endosso a importância dessas atividades no meio científico, mas, de alguma maneira, precisamos deixar isso "vazar" de nossos nichos, dar acesso a todos. Como? Procurando e se deixando encontrar nos meios de comunicação vigentes. Mandar cartas aos editores das colunas científicas dos jornais, entrar em contato com jornalistas para dar entrevistas (deu certo com nosso grupo), fazer palestras para qualquer audiência (de qualquer idade) em locais públicos ou de fácil acesso e divulgação, etc. Enfim, correr atrás de retornar para a sociedade tudo aquilo que adquirimos com nosso tempo de experiência é parte de nosso dever.

Vamos lá, façamos nossa parte!

Atenciosamente,

Daniel Neves Micha
Professor do curso de licenciatura em física do CEFET/RJ Campus Petrópolis
Doutorando em física pela UFRJ
Integrante do INCT de Nanodispositivos Semicondutores (DISSE)

sexta-feira, outubro 14, 2011

QUAL É TUA OBRA?

Confesso, comprei o livro numa livraria de auto-ajuda do aeroporto de Confins (a única daquele aeroporto). O título me chamou a atenção: obra é um dos conceitos que estudo. O autor chamou a atenção: um pesquisador da área de currículos de uma universidade brasileira, cheio de títulos e com um grande CV Lattes. O subtítulo de um dos capítulos me chamou mais ainda a atenção: "Física quântica: indicada para casos crônicos de falta de humildade". E leiam a pérola do último parágrafo.
 
"Você é um dos 6,4 bilhões de indivíduos, pertencentes a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas (1), que vive em um planetinha (2), que gira em torno de uma estrelinha (3), que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia (4), que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos (5) possíveis e que vai desaparecer (6)." - Mário Sérgio Cortella.

Logo, se algum indivíduo, de muita pompa e pouca humildade, vem me inquirir - Você sabe com quem está falando? - eu respondo - Você tem tempo para me escutar? Se tiver eu falo porque você não é nada e ninguém.

(1) - Estima-se que existam 30 milhões de espécies de seres vivos na Terra, apenas 3 milhões classificadas.
(2) -  Terra
(3) - O Sol, uma estrela-anã.
(4) - A Via Láctea.
(5) - Alguns teóricos da Cosmologia acreditam que nosso universo não é o único.
(6) - Acreditam também que nosso universo, em expansão há 15 bilhões de anos, pode começar a se contrair e desaparecer.

Obs: As notas acima são minhas.

CORTELLA, Mário Sérgio, Qual a tua obra? Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

quinta-feira, setembro 29, 2011

AS ROSAS E AS MIGRAÇÕES CULTURAIS


A rosa é originária do sudeste da China e um desenho seu consta da farmacopeia chinesa do século XII (GARCIA, 2010). Era costume dos marinheiros chineses manter vasos de rosas nos navios, pois seu aroma era um lembrete duradouro do lar distante. Eles levavam também outras plantas e sementes da China e de outros lugares por onde passavam. Parece que foi assim que as rosas chegaram aos portos e jardins públicos espanhóis. E dos jardins passaram a enfeitar os tecidos dos corpos femininos e os ambientes domésticos para onde se destinavam os navios chegando, claro, ao México e terras americanas. 


A rosa é também a flor que aparece no mito da virgem de Guadalupe, patrona do México. O culto à Nossa Senhora de Guadalupe está associado à prática dos missionários jesuítas de contar histórias aos índios com o objetivo de convertê-los. A importação de imagens espanholas fazia parte da prática de conquista com a colonização do imaginário, altamente eficiente. 


Já em 1531, a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe "aparece" para um índio mexicano que leva a imagem da Virgem em um manto banhado de rosas. E a rosa se espalhou pelo continente americano e toda a simbologia cultural que ela trouxe consigo.

(GARCIA, Carol. Imagens errantes, São Paulo, Estação das Letras e Cores, 2010. Um livro surpreendente.)

terça-feira, setembro 06, 2011

URDUME

No tear URDUME é a sequência de fios paralelos, esticados e presos nas duas extremidades. Ele é atravessado pela laçadeira com os fios que produzem a trama. Fazem parte da história da técnica de tecelagem, mas ainda hoje teares  antigos são usados por comunidades de tecelões artesanais. Quem quiser ver um desses, em Belo Horizonte, visite o Museu de Artes e Ofícios.

O VERMELHO

Um inseto mexicano chamado "grana cochinilla", grudado nos cactus, era cultivado pelos índios zapotecas e mixtecas porque produzia um corante vermelho de boa qualidade. A cor vermelha era de difícil produção e, portanto, cara nos mercados europeus e asiáticos nos séculos XV, XVI e XVII. Apenas os nobres e eclesiáticos usavam roupas vermelhas. A exportação do corante da cocchinilla da América para a Europa era a segunda fonte de renda mais importante da Coroa Espanhola em meados do século XVII. Só perdia para a prata (à custa do trabalho escravo indígena, claro). 
(GARCIA, Carol. Imagens Errantes, Estação das Letras e Cores, São Paulo, 2010.)

quinta-feira, maio 05, 2011

MEDIDA DA GRAVIDADE EM ESCALA QUÂNTICA

La gravité mesurée à l'échelle quantique

Grâce à une nouvelle technique spectroscopique, des physiciens détectent les effets de la gravité sur les propriétés quantiques de neutrons.
Marie-Neige Cordonnierhttp://www.pourlascience.fr
Comment observer les effets à l'échelle quantique de la force de gravité terrestre ? Des physiciens de l'Université de technologie de Vienne et de l'Institut Laue-Langevin (ILL), à Grenoble, proposent aujourd'hui une solution à cette question soulevée dès l'avènement de la physique quantique, au début du XXe siècle. Ils ont mis au point une nouvelle technique de mesure des transitions entre les états quantiques de la matière, fondée sur l'étude de l'effet d'une perturbation mécanique sur des neutrons – les particules neutres du noyau de l'atome – ultrafroids.
Habituellement, ces transitions sont mesurées par spectroscopie électromagnétique : un rayon lumineux d'une fréquence particulière fait basculer des atomes d'un état quantique donné, caractérisé par une certaine énergie, vers un état excité, d'énergie supérieure, et l'on détecte par diverses techniques les énergies de transition d'un état à un autre. Ici, les mesures portent sur des neutrons excités par les vibrations d'un miroir.
Refroidis à quelques millikelvins (ce qui correspond à des énergies entre 100 et 200 nano-électronvolts), les neutrons se déplacent si lentement qu'au lieu de traverser la matière, comme ils le font habituellement, ils interagissent avec ses noyaux atomiques et peuvent être confinés dans une enceinte. Les physiciens ont utilisé cette propriété qui, pour ces neutrons, fait de la matière un miroir.
Ils ont injecté des neutrons ultrafroids entre deux plaques horizontales distantes d'une vingtaine de micromètres qui constituent un piège : la plaque supérieure absorbe ou diffuse les neutrons d'énergie supérieure à un certain seuil, tandis que les neutrons d'énergie inférieure restent piégés sous l'effet de la force gravitationnelle et de l'interaction forte qu'ils subissent avec les noyaux de la plaque inférieure, qui est un miroir. En 2002, aussi à l'ILL, des chercheurs avaient observé qu'ainsi piégés, les neutrons présentent des énergies discrètes. Tobias Jenke et ses collègues montrent à présent que lorsque le miroir vibre à une certaine fréquence, ces neutrons passent d'un niveau d'énergie à un autre : la vibration provoque des transitions entre leurs états énergétiques.
Par cette technique, nommée spectroscopie de résonance gravitationnelle, des variations infimes de la force gravitationnelle pourraient être détectées via les perturbations qu'elles entraîneraient sur le comportement quantique des neutrons. « Conçue pour mesurer des effets d'ordre millimétrique et micrométrique, cette nouvelle méthode pourrait ouvrir de nouvelles perspectives sur les théories liées à la gravité », explique Peter Geltenbort, chercheur à l'ILL et co-auteur des travaux. Elle pourrait permettre de tester à l'échelle micrométrique le principe d'équivalence, selon lequel la gravité accélère tous les objets de la même façon, ou encore la loi de la gravitation de Newton et l'existence d'autres dimensions prédite par la théorie des cordes. Voire de détecter de nouvelles forces qui perturberaient la gravité, telle celle que pourraient engendrer les axions, ces particules hypothétiques proposées comme l'un des constituants de la matière noire.

segunda-feira, maio 02, 2011

PALAVRAS APRENDIDAS



Palavras aprendidas na leitura de "Cidades Invisíveis" de Ítalo Calvino: -
"alcatruzes das noras, ... suspensas por andas"


Alcatruz -  vaso preso por corda ou corrente, com que se tira água do poço ou cisterna.


Nora -  aparelho hidráulico, em geral rudimentar, usado para tirar água de poços ou rios, e constituída por alcatruzes presos a uma roda de madeira ou a uma corrente sem fim.


Anda - árvore brasileira que fornece madeira para construção, leve e macia, e de cujas sementes se obtém um óleo purgativo.


Cornucópia - corno da abundância, símbolo da produtividade da natureza.


Siroco - vento seco e quente, carregado de poeiras, que sopra do Saara em direção à Argélia, devido a baixas pressões no Mediterrâneo.


Fáretra ou Aljava - bolsa ou estojo em que se guardavam as flexas, e que se trazia pendente no ombro.

quarta-feira, abril 13, 2011

pesquisadores criam folhas produtoras de energia





Pesquisadores criam folha artificial capaz de gerar energia de baixo custo.
O Santo Graal das ciências naturais foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e se constitui em uma folha artificial capaz de realizar fotossíntese de forma tão ou mais eficiente quanto às folhas naturais. O material projetado que se assemelha a uma carta de baralho é feito de silício, componentes eletrônicos e vários catalisadores – substâncias que interferem no ritmo da reação química.
Seu funcionamento se dá através da utilização da luz solar para separar os dois componentes da água, oxigênio e hidrogênio. Após a divisão os gases seriam armazenados em uma espécie de célula combustível que transforma estes compostos em energia elétrica. Segundo Dr. Daniel Nocera, chefe do estudo, as folhas artificiais são capazes de suprir eletricamente o consumo de uma residência.
Este dispositivo foi viabilizado em função das novas perspectivas globais em que um dos maiores problemas modernos ainda sem solução por parte dos países em desenvolvimento é o abastecimento energético de sua população. Mais do que garantir energia elétrica para todos é preciso que sua fonte seja barata, renovável e cause pouco ou nenhum impacto ambiental.
Essa não é a primeira tentativa de se criar folhas artificiais, no entanto as tentativas anteriores falharam por possuírem custos elevados, baixa durabilidade e os materiais empregados eram bastante instáveis. O método mais recente apresentou, em laboratório, um trabalho de 45 horas ininterruptas sem nenhuma queda na qualidade da produção.
A folha sintética tem baixos custos de produção, é formada por materiais altamente estáveis e funciona perfeitamente em condições simples. Além de ser 10 vezes mais eficiente na realização da fotossíntese quando comparadas com as folhas naturais. Os cientistas acreditam que em um futuro próximo cada residência terá sua própria fonte fotossintetizante de energia.


 

segunda-feira, abril 11, 2011

CONCURSO CULTURAL GAMBIARRAS TECNOLÓGICAS


Concurso Cultural Gambiarras Tecnológicas

http://gambiartedesign.wordpress.com

Acessórios feitos com peças de computador? Antena feita com pvc? Carrinhos mp3 com tv que vendem café? Teclado que virou telefone? Celular-vaso de flores? Monitor casa-de-cachorro? Máscara africana porta-antena wi-fi? CD decorando árvores?

As inscrições para o Concurso Gambiarras Tecnológicas vão até o dia 24 de maio. O objetivo é divulgar a criatividade de pessoas que utilizam e fazem arte a partir de peças de computador e de outros aparatos tecnológicos que seriam descartados, ou que sejam reutilizados de maneira criativa. Valem as reapropriaçoes e os novos usos das tecnologias para algum outro fim.

A inscrição é gratuita. Basta enviar a foto com o nome e o local onde foi feita para o gambiartedesign@gmail.com.A comissão irá avaliar as fotos das Gambiarras e os três primeiros lugares ganharam prêmios especiais. Os candidatos podem participar com quantas fotos quiserem.

Fotografem as gambiarras pelas ruas!

Envie fotos de Gambiarras Tecnológicas pra gente! As fotos escolhidas estarão em nossa galeria no site Flickr. Participe!

E-mail: gambiartedesign@gmail.com


COMPUTADORES QUE FIZERAM HISTÓRIA



Conheça os grandes computadores que mudaram o destino da humanidade.

sábado, fevereiro 19, 2011

A QUÍMICA E A VIDA 1



Vida quimicamente trivial.
Ao carbono, hidrogênio,
oxigênio e nitrogênio
junte-se pitada de cálcio
tiquitim de potássio
quase nada de outros elementos.
Complexamente organizado,
eis o ser humano.

"VIVER É MUITO PERIGOSO"



"Viver é muito perigoso". E sobreviver é muito difícil. 99,99% dos bilhões de espécies de seres vivos que existiram na Terra desde a aurora do tempo não está mais aqui. A vida é muito frágil.

90 POR 10

Noventa por cento da matéria do planeta Terra é constituída de três elementos: ferro, silício e oxigênio. A soma do restante não passa de míseros dez por cento.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

MOVIMENTO BROWNIANO

Isso acontece na Ciência


Em 1928, o botânico escocês Robert Brown observou um estranho fenômeno no seu microscópio: inúmeros e minúsculos grãos de pólen mergulhados em um líquido em reposuo mexiam-se de forma frenética e irregular. As partículas agitavam-se de trás para frente e da esquerda para a direita, indo de um lado para o outro em um movimento totalmente desordenado. Durante muito tempo procurou-se explicações para isso, mas foi preciso esperar 80 anos paa que Einstei e outros físicos conseguissem compreender o fenômeno: as moléculas do líquido se mexem aos solavancos através de movimentos aleatórios e, chocando-se com as partículas de pólen fazem-nas se mover. Einstein desenvolveu uma formulação matemática que ficou conhecida como movimento browniano e que tem aplicações em áreas diversas, desde a física e a demografia até a economia e as finanças. Porém, o precursor destes modelos matemáticos foi um professor francês, chamado Louis Bachelier, que estudou o passeio aleatório como modelo do comportamento dos mercados, e já sinalizava que o modelo poderia explicar o movimento browniano se considerasse momentos cada vez mais curtos. Os trabalhos de Bachelier antecederam os de Einstein, mas passaram despercebidos e ficaram muito tempo esquecidos. Einstein também não era muito conhecido na época, mas como físico vivia os grandes momentos de efervecência da física do início do século XX.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

LIÇÕES DA AMAZÔNIA



1. Como em todo o Brasil, na Amazônia tudo está para ser feito.


2. É preciso colocar a Educação Ambiental, ou qualquer outro nome que possa ter, no centro da Educação em Ciências e da pesquisa em Ensino de Ciências.


3. Trabalhar com Educação Ambiental sem considerar o homem como parte do ambiente induz a falsos resultados.


4. Não se pode desprezar a cultura popular, as crenças e representações populares para propor uma agenda educacional em Ciências.


5. Tem muita gente competente no Amazonas.


6. É preciso investir fortemente no ensino fundamental e na formação de professores. A formação de professores no Brasil é ridícula.


7. O Brasil continua um somatório irregular de localidades isoladas, de sertões. Precisa-se interligar os sertões. E a EaD pode proporcionar isso.


8. A representação dos índios no Brasil os mostra como pessoas nuas. Os índios do Amazonas usam indumentárias próprias.


9. As estratégias de divulgação científica precisam ser planejadas a partir de demandas da população.


10. Tecnologias modernas, como a nanotecnologias, podem sanear a sem rasgar a floresta, sem a Engenharia do século XIX.


11. A média de chuva no mundo é de 1m por ano. A grande precipitação de chuva concentra-se em uma estreita faixa que vai das ilhas da Oceania, passando pelo Pacífico e Atlântico e Amazonas, chegando a uma pequena porção da costa oeste da África. Nesses locais a precipitação chega a 3m de chuva por ano.


12. Muita chuva significa muita liberação de energia. Nuvens de chuva significam condensação de vapor d'água com liberação de energia. A Amazônia é a maior fonte continental de energia para o sistema climático da Terra.


13. Importância da Amazônia: ela é um armazem de carbono em torno de dez vezes a emissão geral global de gases de efeito estufa.


14. As florestas tropicais retiram CO2 da atmosfera e liberam O2, através da fotossíntese. Juntamente com os oceanos elas fazem este balanço químico.


15. O sequestro de Carbono através da fotossíntese ainda é maior que a emissão pelo desflorestamento. 82% da emissão de gás carbônico na atmosfera provém da queima de combustíveis fósseis.