Páginas

sábado, fevereiro 24, 2018

OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRAS 8


8 – TRÊS REGRAS BÁSICAS PARA SE TER SUCESSO
Na literatura encontrada sobre o sucesso e como alcançá-lo os autores sempre escrevem sobre diversos procedimentos mentais e operacionais. Em geral, eles são coincidentes em um ponto: não se consegue o sucesso sem muito trabalho. Alguns chegam até a afirmar quantas horas de trabalho são minimamente necessárias para se chegar ao sucesso em qualquer atividade humana. Exagero ou não, o fato é que não se alcança o sucesso sem muito trabalho. Essa é a regra principal.
No entanto, os autores Fábio Paiva e Fernando Jucá, autores do livro “O Executivo que Gostava de Ler” (PAIVA e JUCÁ, 2009)[i], sintetizam as afirmações acima em três regrinhas básicas para se chegar ao sucesso. Mais que simplesmente regrinhas, eles afirmam que todas as pessoas entrevistadas por eles e que são bem-sucedidas em suas atividades, ou seja, as pessoas que "chegam lá" reúnem três características fundamentais, simples e diretas. São elas:
1.          Elas cultivam um sonho de longo prazo. Mesmo que não o atinjam, a perseguição desse sonho dá sentido à suas carreiras;
2.          Elas sempre têm uma missão clara. Mais conectada ao curto prazo ela se renova periodicamente. A missão explicita a existência de um objetivo definido, e o profissional sabe como atingi-lo.
3.          Elas transbordam energia, manifestada por suas fantásticas e incríveis vontades de tentar, de buscar e de aprender.
O que eles dizem acima é realmente simples. Se temos um sonho, queremos realizá-lo. Para atingi-lo precisamos ter metas claras colocadas em forma de uma missão a seguir. E, finalmente, traçar planos de ação, que são trabalhos cotidianos nos quais colocamos energia para que tudo se concretize.


[i] PAIVA, Fábio e JUCÁ, Fernando, O Executivo que Gostava de Ler. São Paulo: Nobel, 2009.


OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRAS 7


7 – QUATRO REGRAS PARA APRENDER FACILMENTE
Na escola, na faculdade e até mesmo no dia a dia, é comum nos depararmos com assuntos que não conseguimos compreender. Mas Richard Feynman (1918-1988), ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1965, garantia que existe uma tática simples que ajuda a entender qualquer tema.
Feynman sempre foi reconhecido por essa característica entre os colegas: ele tinha muito talento para transformar explicações de coisas muito complexas em algo simples e fácil de entender. Os livros de Richard Feynman, mesmo aqueles voltados para leitores especializados, tinham uma redação extremamente simples[i].
E seu entusiasmo para explicar os conceitos mais difíceis costumava contagiar quem estava por perto. O que Feynman defende em sua técnica é que existem dois tipos de sabedoria: a que é focada em saber apenas o nome de algo e a que é focada em de fato saber algo. A receita para a aprendizagem, segundo ele, é a última – e pode ser aplicada observando os quatro passos a seguir:
1.     Escolha um conceito – Qualquer um que preferir. Pode ser um de macroeconomia, economia doméstica ou qualquer coisa que vier a cabeça. Seja química ou culinária, ou primeiro uma e depois a outra. E anote o conceito – o mais importante aí é desenvolver o raciocínio.

2.     Escreva-o como se estivesse ensinando uma criança – Redija, então, tudo o sabe sobre esse conceito. Mas atenção: você precisa fazer isso da maneira mais simples possível. Escreva como se estivesse explicando para uma criança – ainda que isso pareça absurdo e desnecessário, é um passo muito importante. Assegure-se de que, do início ao fim, você esteja usando uma linguagem bem simples. Além disso, evite jargões e expressões prontas que partam do pressuposto de que você já sabe o conceito delas. Explique cada detalhe de tudo e não caia na tentação de omitir algo que, na sua visão, está subentendido.

3.     Volte no tema e pesquise sobre ele – No passo anterior, provavelmente você encontrou lacunas no seu conhecimento. Coisas que você esqueceu e que não conseguiu explicar. E esse é o momento em que você começa realmente a aprender. Volte à fonte de informações sobre esse tema e pesquise o que ainda falta entender. E, quando você achar que cada subtema está claro, tente escrever no papel a explicação para ele de uma maneira que até uma criança entenderia. Quando você se sentir satisfeito e estiver compreendendo tudo o que antes estava confuso, volte à redação original e continue escrevendo as explicações nela.

4.     Revise e simplifique ainda mais – Depois de passar por todas essas etapas, revise o que escreveu e simplifique. Certifique-se novamente de que não usou nenhum jargão associado com o tema que está te intrigando. Leia tudo em voz alta. Preste atenção para perceber se está tudo exposto da maneira mais clara possível. Se a explicação não for simples ou se soar confusa, interprete isso como um sinal de que você não está entendendo algo. Crie analogias para explicar o conceito, porque isso ajuda a esclarecer tudo na sua cabeça e é a prova de que você está realmente dominando aquele tema.

Como explica Richard Feynman, aprender significativamente um conceito requer apenas um pouco de trabalho que é o de redigir o conceito dentro do que se sabe sobre ele, depois pesquisá-lo para conhecê-lo ainda mais e tornar a redigir da maneira mais simples possível, como se estivesse explicando a uma criança.
Há duas operações cognitivas nesse procedimento que são referendadas por todos os teóricos da aprendizagem que conhecemos: a primeira é que aprendemos em cima daquilo que já sabemos e aprender é ampliar o conhecimento sobre o pouco que conhecemos; a segunda é que mostramos o que conhecemos e sabemos quando conseguimos explicar de uma forma tão simples que qualquer pessoa possa compreender, mesmo uma criança.

OS JOVENS E A DIFÍCIL ESCOLHA DE CARREIRAS 6


-->
6 – TRÊS NÃOS DEVASTADORES – que não devem ser ditos
Algo que podemos dizer aos jovens sobre o trabalho é que
“Trabalho é acordar cedo e voltar para casa tarde, abrir mão de fins de semana, escrever e reescrever, rever e corrigir, repetir e praticar, encarar a dúvida da página em branco, começar quando não sabemos onde é o ponto de partida e não parar quando achamos que não podemos continuar. Criar é trabalhar” (ASHTON, 2016)[i].
Para motivar os alunos o professor deve lembrá-los de que existem três “nãos” que costumamos dizer a nós mesmos quando damos início a uma atividade e que podem ser devastadoramente negativos. Vejamos quais são:
ü  Não farei este trabalho porque ele não é fácil. Sim, já o dissemos antes. Não é fácil. É trabalho. Mas trabalhos são executáveis.
ü  Não o farei porque não tenho tempo. Mas o tempo é o mesmo para todo mundo, são 24 horas e nem um minuto a mais. Esta é uma desculpa esfarrapada. Albert Einstein trabalhava em um escritório de patentes, como funcionário público e nas horas vagas pesquisou e escreveu um artigo sobre o efeito fotoelétrico que revolucionou o mundo da física; a autora de Harry Porter, a série literária de maior sucesso no mundo, escreveu seu primeiro livro enquanto sua filha dormia. Existe tempo.
ü  Não o farei porque não consigo. Este é o “não” mais demolidor de nossos sonhos. É o fruto amargo do mito de que só algumas pessoas especiais conseguem criar. Não precisamos ser especiais. Resultados extraordinários surgem de pessoas comuns trabalhando cotidianamente. Não requer nada de especial. Só é necessário começar.
O ato de criação começa com uma de duas perguntas: “Por que isso não funciona?” ou “O que eu deveria mudar para fazer com que isso funcione?”
Começar é difícil, mas continuar é mais ainda. Aqueles que procuram uma vida glamourosa não devem buscar a arte, a ciência, a inovação ou a invenção. A criação é uma longa jornada onde a maioria das curvas é errada e a maioria dos becos, sem saída. O que os criadores fazem de mais importante é trabalhar. O que eles fazem de mais importante, também, é não desistir.






[i] ASHTON, Kevin. A História Secreta da Criatividade; Rio de Janeiro: Sextante, 2016.